A falta de reajustes recentes nos preços dos combustíveis no Brasil já leva empresas do setor a limitarem a venda do óleo diesel – e a cobrarem preços mais altos que os estabelecidos pela Petrobras. A tabela da estatal completa 56 dias sem atualização nesta quarta-feira (9).
Em comunicado aos clientes, a revendedora Ipiranga, responsável por cerca de 20% do mercado, "apertou o cinto" e informou aos compradores preferenciais que, desde esta terça (8), passaria a avaliar os pedidos de diesel caso a caso, todos os dias.
A preocupação com o diesel existe porque o Brasil importa entre 20% e 25% do insumo consumido no país. Essa parcela é afetada pela forte alta do petróleo no mercado internacional, motivada pela invasão da Ucrânia pela Rússia e pelas retaliações comerciais ao petróleo russo.
O comunicado a que o blog teve acesso é assinado pelo diretor Comercial Rede da Ipiranga, Carlos Resende, e dá como motivo de preocupação a disparada de preços de petróleo.
"Comunicamos que, em função da necessidade de buscarmos suprimento internacional do diesel no mês de março e da recente disparada nos preços do petróleo, implementaremos a seguinte ação para garantir o suprimento competitivo e minimizar o impacto para o seu negócio", diz o texto que anuncia a análise individual dos pedidos.
Executivos da empresa revelaram ao blog que há dificuldades em lidar com os preços internacionais para a importação do petróleo enquanto os preços locais não são reajustados pela Petrobras.
Apesar de os preços serem livres no Brasil, a Petrobras atua como espécie de “price maker” – ou seja, tem tamanho e capacidade para estabelecer um preço interno.
Mas a discrepância entre os preços é tão grande, neste momento, que muitos produtores não estão mais importando petróleo – o que aumenta a possibilidade de falta do produto dentro do país.
Fonte: Blog da Ana Flor
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