O condomínio Estrelas Full, conjunto residencial localizado na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, foi notificado pela Comissão de Trabalho da Alerj. A presidente do colegiado, deputada Mônica Francisco (Psol), quer saber o que motivou a demissão do supervisor operacional Izac Gomes.
Izac foi o responsável pela denúncia contra o vereador paulista Renato Oliveira (MDB) por injuria racial. Presidente da Câmara de Embu das Artes (SP), Renato estava de passeio no Rio, no dia 23 de janeiro, quando teria ofendido o funcionário com frases racistas. Ele nega que tenha cometido crime.
Além de perder o emprego, Izac também ficou sem o apoio jurídico que era oferecido pelo condomínio, visto que o caso de possível injúria racial ocorreu durante seu horário de trabalho e dentro do condomínio.
Em vídeos que circulam nas redes sociais, um policial militar aparece dentro da piscina do condomínio segurando o vereador para tentar contê-lo, enquanto ele diz que não fez nada e fala palavrões.
Em seguida, ele é retirado da piscina com a ajuda de mais um PM e é levado à força pra fora do local. Os moradores aplaudem a ação da polícia.
Segundo a deputada Mônica Francisco, que encontrou com Izac na última quinta-feira (10), ele nunca tinha recebido sequer uma advertência durante os quatro anos de trabalho no Estrelas Full Condominium.
"Este caso não é um ponto isolado, mas se insere em uma série de práticas racistas, que acontecem todos os dias na nossa sociedade. O crime de injúria racial não termina ali, no momento das ofensas. Infelizmente, ele se estende e afeta da pior maneira a vida das vítimas".
A parlamentar ainda lembrou que a demissão de Izac também colabora para desencorajar que outras vítimas também busquem por justiça.
"Não podemos deixar de pensar que a dispensa do condomínio, além de causar estranhamento, tem um efeito coletivo de desencorajar a população negra a denunciar casos de racismo e lutar pela igualdade de direitos", completou a deputada.
Além de pedir explicações sobre os motivos da demissão, a Comissão de Trabalho também enviou um ofício ao Ministério Público do Trabalho para propor instauração de procedimento investigatório. O objetivo é apurar a possibilidade de ter ocorrido dispensa discriminatória.
Fonte: g1
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