O ministro do Interior do Peru, Luis Barranzuela, renunciou nesta terça-feira (3), menos de um mês após sua posse, após críticas por ter realizado uma festa em sua casa, violando uma proibição em vigor para reduzir o avanço da Covid-19 no país.
"Anuncio de que recebi e aceitei a renúncia do ministro do Interior, Luis Barranzuela. Nas próximas horas farei o juramento de quem irá suceder-lhe no cargo", tuitou o presidente Pedro Castillo.
Este policial reformado e advogado, de 58 anos, ficou no olho do furacão depois que a emissora TV Latina informou que ele havia dado uma festa em sua casa em Lima, no domingo (31), Dia da Canção Crioula e noite de Halloween.
Esse tipo de reunião havia sido expressamente proibida por decreto alguns dias antes.
Após a revelação, o ministro recebeu uma enxurrada de críticas de todos os setores políticos. Defendeu-se na segunda-feira (1º), afirmando que não era uma festa, mas uma reunião de trabalho. A ministra-chefe da Casa Civil, Mirtha Vásquez, disse, no entanto, que sua explicação era "inaceitável".
Depois de renunciar, Barranzuela escreveu no Twitter que foi vítima de "falsas acusações" e justificou sua saída "em respeito à governabilidade e à confiança do presidente da República".
Voto de confiança
Controlado pela oposição de direita, o Congresso peruano deve decidir nesta quinta-feira (4), se concede um voto de confiança ao gabinete chefiado por Vásquez.
Esta votação é essencial para que a permanência do gabinete. Segundo a imprensa local, seria rejeitado, se Barranzuela continuasse no cargo.
"Importante decisão do nosso presidente", tuitou Vásquez, após a renúncia do ministro. "A estabilidade, o consenso e a paz social em nosso país são nosso compromisso a ser seguido."
Com 33 milhões de habitantes, o Peru foi duramente atingido pela pandemia, mas desde maio os novos casos vêm diminuindo. Acumula 2,2 milhões de infecções e mais de 200.000 mortos.
Barranzuela foi nomeado titular do Interior, quando Castillo reestruturou o gabinete ministerial em 6 de outubro, dois meses depois de chegar à presidência.
Castillo navega em águas turbulentas desde que assumiu o poder, em 28 de julho. Há um mês, demitiu sete ministros (de um total de 19), incluindo o então chefe do gabinete, Guido Bellido, e, em meados de agosto, mudou de chanceler.
Fonte: g1
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