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domingo, novembro 14, 2021

Em Dubai, Guedes diz que Brasil busca 'petrodólares' para investimentos no país



O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse neste domingo (14), durante viagem oficial a Dubai, que o Brasil busca "petrodólares" para financiar programas de investimentos no país.


Guedes falou com a imprensa durante a abertura de uma feira de aviação, a Dubai Airshow. O presidente Jair Bolsonaro também participou do evento. A comitiva do governo brasileiro chegou neste sábado (13) a Dubai, para uma viagem de uma semana pelo Oriente Médio, que inclui também passagens por Abu Dhabi, pelo Bahrein e pelo Catar.


O ministro ressaltou o programa de parcerias entre o governo federal e o capital privado e o externo. Na visão de Guedes, esse modelo vai impulsionar os investimentos no país.


"Aqui estão os petrodólares. Nós fizemos um grande movimento no final da década de 80, depois do choque do petróleo, para pegar essa reciclagem de recursos. Só que, naquela época, foi com endividamento. Nós fizemos uma expansão da infraestrutura com base em endividamento. Agora nós vamos fazer com participação nos programas de investimento nossos, nas nossas parcerias de investimentos", afirmou o ministro.


Questionado sobre o volume de recursos que o governo conseguiria garantir nesta viagem ao Oriente Médio, Guedes afirmou que ainda não tem a projeção, mas que o importante é conseguir o engajamento dos investidores.



"O número é difícil. O importante é assegurar a participação deles. Por exemplo, tivemos boas notícias. Vão estar presentes agora, nos leilões de petróleo e de gás natural que nós vamos fazer", informou.


Em um momento em que a retomada da economia, após o choque da pandemia de Covid, dá sinais de desaceleração, com inflação em alta, desemprego persistente e queda nas atividades de alguns setores, Guedes voltou a dizer que o Brasil vai surpreender positivamente.


Ele citou que investimentos de R$ 700 bilhões já estão garantidos nos programas de parceria do governo. Guedes admitiu, no entanto, que os juros devem continuar subindo, para conter a inflação, como já alertou o Banco Central.


"Então nós estamos muito otimistas. Nós achamos que... O crescimento da economia brasileira já está contratado. Os juros vão subir um pouco para combater a inflação, mas o crescimento está contratado. São R$ 700 bilhões já comprometidos, fora o trabalho que vamos continuar fazendo", explicou o ministro.


PEC dos Precatórios

O ministro voltou a defender a PEC dos Precatórios, aprovada na Câmara em segundo turno e agora em tramitação no Senado.



O texto é a principal aposta do governo para pagar um Auxílio Brasil de R$ 400 para as famílias pobres no ano que vem, um ano eleitoral.


Precatórios são dívidas do governo (com empresas, pessoas, ou até mesmo com estados e municípios) já reconhecidas definitivamente na Justiça.


O governo alega que não conseguiria pagar todos os precatórios previstos para o ano que vem, que somam R$ 90 bilhões, sem furar o teto de gastos. A regra do teto limita todos os gastos da União ao valor do ano anterior, corrigido pela inflação.


Com a PEC, o governo propõe duas principais mudanças. Alterar a regra do teto (mudando o período usado para o cálculo da inflação) e estabelecer um limite anual para pagamentos de precatórios. Tudo que ultrapassar o limite entra na fila para anos seguintes.


"A PEC dos Precatórios foi um esforço para cumpri o teto. Não foi para romper o teto. Foi justamente para dizer: 'Olha, qualquer que seja a natureza da despesa, ela precisa respeitar o teto'. Nós temos a partir de agora previsibilidade dos orçamentos, a previsibilidade dos gastos e, ao mesmo tempo, nós temos a exequibilidade do orçamento”, disse Guedes.


O ministro avaliou que a aprovação da PEC pelos senadores é mais difícil do que na Câmara, mas ressaltou que confia em um desfecho favorável ao governo.


Fonte: g1

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