terça-feira, setembro 21, 2021

Rússia volta a ser acusada de envenenamento de ex-espiões no Reino Unido



Um homem que trabalhou para um serviço de espionagem russo foi indiciado na Inglaterra pelo envenenamento, em 2018, do ex-agente duplo Sergei Skripal.


Em 4 de março de 2018, Serguei Skripal, residente da Inglaterra e refugiado em solo britânico, foi envenenado com sua filha Yulia com um neurotóxico desenvolvido na União Soviética, o Novichok.


Serguei e Yulia , pai e filha, foram encontrados inconscientes na rua e hospitalizados em estado grave. Eles sobreviveram, e agora vivem escondidos sob proteção.


O governo britânico acusa o governo russo desse envenenamento e emitiu mandados de prisão europeus contra dois russos, Alexander Petrov e Ruslan Boshirov (possíveis pseudônimos) apresentados como membros do serviço de inteligência militar russo GRU.


Nesta terça-feira, a polícia britânica informou que um terceiro oficial, Serguei Fedotov, também conhecido como Denis Sergueyev, foi acusado de conspiração para assassinar Skripal.


O governo russo sempre negou qualquer envolvimento neste caso e, nesta terça-feira, repetiu o discurso. "Condenamos energicamente todas as tentativas de Londres de culpar Moscou pelo ocorrido em Salisbury (cidade onde ocorreu o envenenamento) e insistimos que deve ser feita uma investigação profissional, objetiva e imparcial do incidente", afirmou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova.


Fedotov é acusado pela tentativa de homicídio de uma terceira pessoa, o policial inglês Nick Bailey, que se contaminou quando foi ao local do crime. Ele também responderá por posse e uso de arma química em solo britânico.



De acordo com a polícia britânica, Fedotov chegou ao Reino Unido na manhã de 2 de março de 2018 em um voo de Moscou-Londres, quatro horas antes dos outros dois acusados, Petrov e Boshirov.


Os investigadores acreditam que os três homens se encontraram várias vezes em Londres no fim de semana, antes de Fedotov deixar o Reino Unido em 4 de março de 2018 em um voo para Moscou do Aeroporto Heathrow de Londres.


Embora Skripal e sua filha tenham sobrevivido, o ataque deixou uma vítima colateral: Dawn Sturgess, de 44 anos, morreu após borrifar-se com o que ela acreditava ser um perfume, mas na verdade era Novichok, contido em um frasco que seu marido coletou de um balde de lixo.


Esse segundo envenenamento causou uma série de expulsões recíprocas de diplomatas e um conflito sem precedentes desde o fim da Guerra Fria entre a Rússia e o Ocidente, que poderia ser reatado após as novas acusações.


Histórico de casos de envenenamento

As relações entre os governos do Reino Unido e da Rússia se deterioraram desde que, em 2006, Litvinenko, um ex-agente da KGB exilado na Inglaterra, foi envenenado com polônio-210, uma substância altamente radioativa.


Antes de morrer, ele acusou o presidente russo, Vladimir Putin, do crime.

Dez anos após sua morte, uma investigação britânica concluiu que o Estado russo era o responsável pelo envenenamento - algo que o governo russo sempre negou - e estabeleceu a culpa de dois executores, os russos Andrei Lugovoi e Dmitri Kovtun. Os dois tomaram chá com a vítima no Hotel Millennium, no centro de Londres.


As tentativas de extraditá-los falharam.


Confirmando esta versão, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) considerou, nesta terça-feira, que a Rússia é responsável por seu assassinato. Um porta-voz do governo russo disse que as acusações são infundadas.



O tribunal europeu assegurou Lugovoi e Kovtun forma os responsáveis pelo assassinato, sem dúvidas, e há fortes indícios de que agiram em nome das autoridades russas.


Esse ataque chocou tanto o Reino Unido que o caso até inspirou uma ópera, "A Vida e a Morte de Alexander Litvinenko", estreada em julho passado.


Fonte: G1

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