O Grupo Serra reconheceu, na tarde desta quarta-feira (22), um erro de procedimento que teria resultado na troca de corpos de duas idosas que morreram na cidade de Sumaré (SP) - o caso veio à tona após a família de Maria Aparecida Cardoso, de 74 anos, verificar no velório que não era ela quem estava no caixão. Segundo a funerária, a mulher teria sido velada e enterrada por outra família - o corpo deverá ser exumado para confirmar a identidade.
De acordo com nota divulgada pela empresa funerária, após análises do circuito de vídeo do laboratório, foi possível constatar o erro de procedimento e troca dos corpos. O Grupo Serra informou que está em contato com a família da outra paciente para informar do ocorrido.
O corpo de Maria teria sido trocado com o de uma mulher de 71 anos, que veio a óbito no mesmo dia, só que na UPA Macarenko.
"O Grupo Serra lamenta profundamente o ocorrido e compromete-se integralmente com os esclarecimentos deste caso, cujas conclusões dependem de informações ainda a ser levantadas pela análise feita a partir do inquérito policial em curso. Sabemos ser imensurável o sofrimento causado e nos colocamos inteiramente à disposição para receber as famílias. A família Serra está profundamente solidária, prestamos toda nossa solidariedade às famílias, pedimos sinceras desculpas", diz o texto.
Falha no procedimento
Segundo a empresa, o corpo de Maria Aparecida, que morreu por complicações da Covid-19, foi retirado no Hospital Estadual de Sumaré (HES) e estava identificado com uma etiqueta em que continha seu nome, data de falecimento, horário e hospital de origem. Já o da idosa de 71 anos que morreu na UPA estava com uma "etiqueta em branco e um papel solto com a identificação".
"A família da senhora que faleceu no UPA Macarenko realizou o funeral no dia 22 de setembro às 10h30, recebeu o corpo apresentado como de sua familiar e avaliou positivamente o atendimento da empresa", informou a funerária.
Somente após a família de Maria Aparecida identificar o erro no velório é que a falha foi apurada e constatada.
"Nós queremos fazer um velório digno para ela. Isso é uma falta de respeito com os familiares, não só da nossa parte, como da outra família", disse Aliomar Agnelo, genro da idosa.
Família constatou troca
O caso é investigado pelo 2º Distrito Policial de Sumaré, que registrou a ocorrência inicialmente como destruição, subtração ou ocultação de cadáver.
No registro do boletim de ocorrência consta que familiares constataram, no momento do velório, a troca do corpo.
O corpo que foi retirado no Hospital Estadual de Sumaré foi encaminhado para o laboratório do grupo funerário em Artur Nogueira, onde foi preparado, e depois levado até Hortolândia, onde ficou aguardando o velório no Cemitério dos Amarais, em Campinas.
Corpo tinha marcas
A enfermeira plantonista responsável pelo preparo do corpo de Maria Aparecida no HES informou que o corpo que retornou ao hospital nesta quarta, após a constatação da troca, não é o da idosa que havia atendido.
Segundo a profissional, o corpo de Maria Aparecida tinha marcas características, como uma escara sacral e dois ferimentos por punção, um na jugular e outro na femural direita, o que não havia no cadáver que retornou à unidade.
Ao g1, a Unicamp, responsável pela gestão da unidade, informou que não houve falha no processo dentro do hospital. Após a confirmação do óbito, a Unicamp destaca que todos os protocolos de rastreabilidade foram seguidos e que só havia essa paciente no necrotério na terça, sendo o corpo entregue para a funerária com todas as documentações.
Fonte: G1
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