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quinta-feira, agosto 12, 2021

Ministério diz esperar 'aval de órgãos' para enviar 3,2 milhões de doses; Anvisa diz não ter 'pendências'

O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira (12) que, até as 15h30, tinha 5,8 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 em seu Centro de Distribuição em Guarulhos (SP). O governo federal esclareceu que, desse total, aguardava aval de "órgãos reguladores" para distribuir mais 3,2 milhões de doses aos estados.


Doses da Pfizer em processo de entrega no aeroporto de Vitória no dia 4 de agosto — Foto: Ministério da Saúde


A expectativa pela liberação de mais doses mobiliza prefeitos e governadores, que aguardam o recebimento das vacinas para retomar ou ampliar o público-alvo da campanha. No Rio de janeiro, o prefeito Eduardo Paes suspendeu a vacinação na quarta-feira (11) e na quinta-feira (12) por falta de doses.


Ao G1, a assessoria do ministério negou ter doses estocadas e disse que as vacinas sob sua guarda estão dentro do processo normal de liberação das cargas, o que envolve a inspeção de diferentes entidades, incluindo a Receita Federal, o Instituto Nacional de Controle de Qualidade e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).


Em nota divulgada nesta quinta, a Anvisa afirmou que "não há nenhuma pendência" da agência em relação às doses armazenadas pelo ministério em Guarulhos.


Entenda o que ocorreu:


O prefeito do Rio, Eduardo Paes, suspendeu a vacinação na quarta e na quinta por falta de doses;

Na quarta, o Ministério informou que tinha 9,5 milhões de doses contra a Covid-19 sob sua guarda no Centro de Distribuição, sendo que 3,6 milhões seriam liberadas ainda no mesmo dia e deveriam chegar aos estados e ao Distrito Federal em até 48 horas;

Nesse primeiro posicionamento, a pasta disse que 6,3 milhões de doses aguardavam a avaliação do Instituto Nacional de Controle de Qualidade, órgão vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ou da Anvisa, conforme informado pela GloboNews;

Nesta quinta-feira, a pasta enviou ao G1 uma nota atualizada informando que seguia com 5,8 milhões de doses em seu Centro de Distribuição;

Desse total de 5,8 milhões, o ministério disse que 2,6 milhões serão liberadas nos próximos dias, mas que 3,2 milhões já aguardavam 'trâmite para liberação dos órgãos reguladores';

A Anvisa informou, no entanto, que 'não há nenhuma pendência sob encargo da agência, em relação à liberação de vacinas'.


Críticas dos governadores

Na semana passada, o governador de São Paulo, João Doria, disse que recebeu um número de doses abaixo do esperado para a vacinação contra a Covid-19. À época, o Ministério da Saúde negou qualquer prejuízo ao estado e disse que o objetivo era equilibrar o ritmo da vacinação em todo país.


"O Ministério da Saúde não enviou as doses que prometeu enviar a São Paulo. Quero repetir aqui: o Ministério da Saúde descumpriu o acordo feito verbalmente comigo e com o doutor Jean Gorinchteyn, feito pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Não cumpriu e não entregou as doses da vacina da Pfizer que havia prometido, as 228 mil doses”, enfatizou o governador.


Nesta quarta-feira, o ritmo de distribuição de vacinas voltou a ser alvo de críticas do governador de São Paulo e, agora, também da prefeitura do Rio de Janeiro e do governo paraense.


O prefeito do Rio, Eduardo Paes, chegou a suspender a vacinação das primeiras doses nesta quarta, e disse em suas redes sociais: "Recebemos nessa manhã só 37.962 doses. Para vacinar grupo de 24 anos precisamos de 68 mil. Só lembrando: Rio com muitos casos de delta e estoque do ministério é 11,2 milhões de doses".


Paes chegou a fazer uma pergunta ao governador de São Paulo: "Não tem como mandar doses direto da CoronaVac para cá, não? Sem intermediários, como você está fazendo com a Prefeitura de São Paulo?". E Doria respondeu: 'Incompetência do governo federal! 11,2 milhões de vacinas estocadas e não distribuem".


O governador do Pará, Helder Barbalho, também cobrou o Ministério da Saúde. Ele afirmou que o estado é o segundo com menor número de imunizantes em relação ao tamanho da população. Barbalho disse que pediu em julho uma recomposição de vacinas para que o Pará receba a mesma quantidade que os outros estados.


Nota do Ministério da Saúde

"O Ministério da Saúde informa que estão no Centro de Distribuição do Ministério da Saúde 5,8 milhões de doses de vacinas contra Covid-19. Destas, 2,6 milhões serão liberadas nos próximos dias. Outras 3,2 milhões de doses aguardam trâmite para liberação dos órgãos reguladores que atestam a qualidade dos imunizantes.


No total, mais de 193 milhões de doses já foram distribuídas aos estados e ao DF."


Nota da Anvisa

"A Anvisa esclarece que, na data de hoje, não há nenhuma pendência sob encargo da agência, em relação à liberação de vacinas.


Em muitos casos, as vacinas tem chegado em solo brasileiro sem a documentação necessária para o licenciamento da importação, em observância às normas de vigilância sanitária do país.



Dentre os requisitos sanitários, destacamos documentos associados ao controle de temperatura da carga, aspecto crítico no caso das vacinas.


Cumpre esclarecer que o licenciamento da importação pode ser iniciado mesmo antes da chegada das vacinas ao país.


A Anvisa tem feito a análise das licenças de importações em prazo de horas, aos sábados, domingos e feriados.


A Agência realiza reuniões permanentes com o Ministério da Saúde e estabeleceu fluxos exclusivos e prioritários para importação de vacinas."


Fonte: G1

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