Em meio à queda no número de casos, hospitalizações e mortes no Brasil por Covid, cinco estados brasileiros ainda permanecem na chamada zona de alerta intermediário (60% - 80%) em relação às taxas de ocupação de leitos Unidades de Terapia Intensiva (UTI), segundo um novo boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
São eles: Roraima, Rondônia, Goiás, Mato Grosso e Rio de Janeiro — este último o único a apresentar aumento real, de 61% para 67%. Na visão de especialistas, a variante Delta poderia estar por trás dessa alta.
Mas uma boa notícia: pela primeira vez desde outubro de 2020, nenhum se encontra na zona mais crítica do indicador (>80%).
De acordo com o documento, de 11 de agosto, Roraima e Rondônia também apresentaram aumento, retornando à zona de alerta intermediário após estarem fora da zona de alerta, "mas a elevação do indicador se deveu à redução de leitos e não ao aumento de leitos ocupados — Rondônia, de 230 para 166 leitos, e Roraima, de 74 para 50 leitos", diz a Fiocruz.
No Mato Grosso, a taxa de ocupação de leitos UTI se manteve estável em 79% com Goiás deixando a zona de alerta crítico após apresentar pequena melhora (82% para 78%).
Os demais estados e o Distrito Federal estão fora da zona de alerta, com taxas inferiores a 60%, "muitos, inclusive, apesar da redução de leitos destinados à Covid-19", acrescenta o boletim da Fiocruz.
Entre as capitais, duas estão com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 superiores a 90%: Rio de Janeiro (97%) e Goiânia (92%).
Seis capitais estão na zona de alerta intermediário:
Porto velho (63%)
Boa Vista (70%)
São Luís (64%)
Curitiba (65%)
Campo Grande (65%)
Cuiabá (74%)
Dezenove capitais estão fora da zona de alerta:
Rio Branco (12%)
Manaus (54%)
Belém (44%)
Macapá (29%)
Palmas (53%)
Teresina (39%)
Fortaleza (53%)
Natal (34%)
João Pessoa (19%)
Recife (39%)
Maceió (25%)
Aracaju (43%)
Salvador (38%)
Belo Horizonte (57%)
Vitória (36%)
São Paulo (43%)
Florianópolis (31%)
Porto Alegre (59%)
Brasília (59%)
Casos e óbitos
Segundo a Fiocruz, o número de mortos por Covid diminuiu 1,1% em relação à semana anterior e a taxa de incidência caiu 0,8% ao dia.
"A maior velocidade de queda da mortalidade em relação à incidência de casos novos aponta que permanece a transmissão de Covid-19 em todo o país".
"No entanto, há menor impacto sobre hospitalizações e óbitos, em resposta à vacinação que já alcança cobertura de grupos mais jovens e grande parte da população idosa".
Apesar de o cenário positivo, a Fiocruz ressalva que o número de casos (média de 33.400 casos novos por dia) e de mortes (910 óbitos por dia) "são ainda muito elevados".
"Além disso, a taxa de positividade dos testes permanece alta, o que mostra a intensa circulação do vírus", diz o boletim.
Segundo a Fiocruz, a pandemia só será controlada "de modo duradouro e sustentado" se houver "intensificação da campanha de vacinação, a adequação das práticas de vigilância em saúde, o reforço da atenção primária à saúde, além do amplo emprego de medidas de proteção individual, como o uso de máscaras e o distanciamento social".
Sobre as novas variantes do coronavírus, a instituição diz que sua circulação tem aumentado as infecções, mas não necessariamente o "número de casos graves".
"Isso acontece devido à proteção já adquirida por grupos populacionais mais vulneráveis vacinados, como os idosos e portadores de doenças crônicas. Como consequência, foi observada uma pequena redução da taxa de letalidade, dada pela proporção de casos que resultaram em óbitos por Covid-19, atualmente em torno de 2,7%".
"Os valores ainda elevados de letalidade em alguns estados revelam falhas no sistema de atenção e vigilância em saúde, como a insuficiência de testes diagnóstico, da triagem de infectados e seus contatos, identificação de grupos vulneráveis".
Fonte: BBC
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