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quarta-feira, agosto 18, 2021

Exilado nos Emirados Árabes, presidente que fugiu do Afeganistão diz ter evitado 'um derramamento de sangue'

Ashraf Ghani, o presidente que fugiu do Afeganistão quando o Talibã cercou a capital Cabul, está nos Emirados Árabes, informou nesta quarta-feira (18) o Ministério de Relações Exteriores do país.


O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, durante discurso na conferência de 2021 da Ásia Central e Sul em Tashkent, no Uzbequistão, em 16 de julho de 2021 — Foto: AP


Os Emirados Árabes afirmaram em um comunicado que Ghani e sua família foram recebidos por motivos humanitários. Em uma rede social, o presidente disse que deixou a capital afegã para evitar

"um derramamento de sangue".


Ele negou relatos de que havia levado grandes quantias de dinheiro ao deixar o palácio presidencial e afirmou que a fuga aconteceu após conselho de autoridades do governo. Ghani foi duramente criticado por sua partida repentina do país.


O agora ex-presidente afegão disse também queestá "em negociações" para retornar ao seu país, que apóia as conversas que os talibãs mantiveram com, Hamid Karzai, que ocupa o cargo de forma interina.


Ghani deixou o Afeganistão no domingo (15). O Talibã tomou controle do palácio presidencial após a fuga dele.


Com a conquista de Cabul, os talibãs voltaram ao poder 20 anos depois de serem expulsos da capital pelos Estados Unidos, que invadiram o país dias após os ataques de 11 de setembro de 2001.


No dia em que fugiu de seu país, Ghani publicou, em uma rede social, que se tivesse permanecido no Afeganistão "incontáveis compatriotas teriam sido martirizados, e Cabul iria ser destruída".


Joe Biden, o presidente dos Estados Unidos, fez críticas veladas a Ghani. Em um discurso na segunda-feira, Biden defendeu a saída dos militares americanos e afirmou que as forças oficiais afegãs não reagiram diante da ofensiva Talibã. "Os EUA não podem participar e morrer em uma guerra em que nem o próprio Afeganistão está disposto a lutar", disse Biden.


Vice-presidente diz que tem legitimidade

O primeiro vice-presidente do Afeganistão, Amrullah Saleh, afirmou na terça-feira (17) que permanece no país e é o "legítimo presidente interino".


O paradeiro de Saleh é desconhecido. O político afirmou que "em hipótese alguma se curvaria" aos "terroristas do Talibã" e que "não perdemos o ânimo e vemos enormes oportunidades pela frente". "Advertências inúteis acabaram. Junte-se à resistência".


Fonte: G1

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