O dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, voltou atrás em um trecho do depoimento prestado nesta quinta-feira (19) à CPI da Covid após ser ameaçado de prisão e confrontado com documentos que o desmentiam.
Já perto do fim da sessão, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediu que a cúpula da CPI colocasse em votação um pedido de prisão de Maximiano por falso testemunho. Como o empresário voltou atrás na declaração, o pedido não chegou a ser votado.
De acordo com Vieira, Maximiano mentiu sobre sua ligação com um apartamento usado por Marcos Tolentino, empresário investigado pelo CPI que é amigo do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Tolentino inclusive acompanhou Barros durante seu depoimento à CPI da Covid, no último dia 12.
Inicialmente, Maximiano disse que o apartamento havia sido alugado por Danilo Trento, diretor da Precisa, e que ele era apenas fiador do imóvel. No entanto, senadores apresentaram documentos que indicavam que o empresário era, na verdade, o locatário do apartamento.
“Peço que vossa excelência aprecie a possibilidade ou a hipótese de prisão pela falsidade do testemunho do depoente. Isso tem que ser claro. A gente tem que ter a mesma regra para todos”, afirmou Vieira.
Vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) respondeu que o pedido seria deliberado ao final da sessão.
A defesa de Maximiano ainda interveio e disse que, por comparecer como investigado e não ter feito compromisso dizer a verdade, o empresário não poderia ser acusado de falso testemunho. Mas, ao mesmo tempo, disse também que o empresário "já estava pronto" para se retratar.
"Eu formalmente me retrato e peço desculpas. Realmente consto como locatário no contrato deste imóvel. Não me recordava, pois não vivi lá nesse imóvel. Foi uma confusão. Minhas desculpas", disse o dono da Precisa.
Na sequência, Vieira questionou se o empresário também gostaria de esclarecer sobre a relação com o FIB Bank, empresa que aparece como fiadora de contratos da Precisa com o Ministério da Saúde e cuja relação com Tolentino é investigada pela CPI. Dessa vez, no entanto, o empresário não quis recuar e disse que permaneceria em silêncio.
Em quase quatro meses de funcionamento da CPI, apenas um depoente foi detido: o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias.
Fonte: G1
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