quarta-feira, agosto 04, 2021

Cármen Lúcia envia à PGR pedido de investigação de Bolsonaro por live sobre segurança das urnas

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou nesta quarta-feira (4) à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de parlamentares para que seja aberta uma investigação sobre o presidente Jair Bolsonaro.


Presidente Jair Bolsonaro — Foto: Reuters/Ueslei Marcelino


O pedido dos parlamentares é baseado nas declarações dadas por Bolsonaro em uma transmissão ao vivo na semana passada.


Na ocasião, o presidente usou a live, transmitida em rede social e também pela TV pública TV Brasil, para questionar a segurança das urnas eletrônicas. Bolsonaro admitiu não ter provas de fraudes nas eleições e disseminou fake news baseadas em teses já desmentidas por órgãos oficiais.


Com base nessa live:


Bolsonaro passou costuma atacar as urnas eletrônicas e defender a adoção do voto impresso, já julgada inconstitucional pelo STF.


Além disso, o presidente da República passou a dizer que, se não houver voto impresso, pode não haver eleição em 2022, tese já rechaçada pelos chefes dos demais poderes.


Cármen Lúcia, ministra do Supremo Tribunal Federal — Foto: Carlos Moura/SCO/STF


A decisão de Cármen Lúcia

Para Cármen Lúcia, o relato feito pelos parlamentares do PT é "grave", e as declarações de Bolsonaro "podem, em tese, configurar crime".


Cármen Lúcia apontou os seguintes possíveis crimes:


crime de natureza eleitoral;

utilização ilegal de bens públicos;

atentados contra a independência de poderes da República.

A ministra considerou que, mesmo não sendo o Supremo o foro para análise de ações de improbidade neste caso, como são relatadas condutas que podem configurar crime, é preciso uma análise da PGR.


O pedido

O pedido de abertura de inquérito foi apresentado por um grupo de deputados do PT no dia 30. Os parlamentares querem as seguintes apurações:


se houve improbidade administrativa pelo uso da TV Brasil para transmitir a live, ou seja, se foram usados recursos públicos pelo presidente para atacar adversários políticos e o Tribunal Superior Eleitoral;

se houve propaganda eleitoral antecipada;

se houve abuso de poder político e econômico;

se houve "prática de crime de divulgação de fake news eleitoral".


Fonte: G1

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