quarta-feira, agosto 04, 2021

Após reação do Judiciário, Congresso prepara sua resposta a Bolsonaro sobre voto impresso



Passadas as primeiras reações do Judiciário aos ataques de Jair Bolsonaro ao sistema de votação eletrônica no Brasil, o Congresso se prepara para dar sua resposta ao presidente acerca da ideia de um "voto impresso". Nesta quinta-feira (5), os parlamentares devem derrubar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata do tema.


Hoje, há maioria na comissão especial da PEC para derrubar a proposta bolsonarista, derrubando de vez a discussão sobre o tema no Legislativo antes das eleições de 2022. A votação era prevista para antes do recesso de julho, mas uma manobra de deputados governistas adiou a decisão.


Agora, de acordo com líderes partidários, está tudo pronto para que a votação ocorra nesta quinta. O placar deve se manter, com a rejeição do relatório do deputado Filipe Barros (PSL-PR) a favor do dito "voto impresso auditável".


O próprio presidente Jair Bolsonaro já tem admitido que o governo não tem mais maioria na comissão especial. No último mês, partidos que são contrários às mudanças no sistema eleitoral trocaram membros da comissão que vinham se mostrando favoráveis às ideias do Planalto.


Bolsonaro acusa ministros do STF – como Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes, atual e futuros presidentes do Tribunal Superior Eleitoral – de se articularem com líderes partidários para derrubarem a proposta do voto impresso. Ele negam.



Barroso lembra que foi ao Congresso tratar do tema justamente em atenção a um convite de deputados bolsonaristas. O atual presidente do TSE vem repetindo que a eleição brasileira já é auditável antes, durante e depois das votações.


Reservadamente, aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), dizem que ele não vai interferir na votação por entender que a decisão já está tomada e a PEC deve ser derrubada.


Publicamente, Lira tem dito que defende o sistema atual e o considera confiável. Ao mesmo tempo, afirma que não faria resistência ao debate da PEC defendida por Bolsonaro, que prevê um tipo de impressão do voto após o registro na urna eletrônica.


O novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, vinha tentando articular um acordo no meio do caminho, criando um "sistema mínimo" de auditagem adicional para 2022. Interlocutores de Nogueira admitem, porém, que o aumento no tom dos ataques de Bolsonaro dificulta e praticamente inviabiliza tais negociações.


Fonte: Blog do Valdo Cruz

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