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quarta-feira, junho 02, 2021

Vacina Sputnik V tem eficácia de 78,6% com apenas 1 dose em idosos, aponta estudo preliminar argentino

A vacina Sputnik V apresentou 78,6% de eficácia para evitar novas infecções da Covid-19 após a aplicação de apenas 1 dose em idosos na província de Buenos Aires, aponta estudo preliminar divulgado nesta quarta-feira (2) pelo governo argentino.


O monitoramento acompanhou mais de 180 mil moradores da capital da Argentina e da região metropolitana entre dezembro de 2020 e março de 2021 – cerca de 40 mil foram vacinados. Os resultados, com a metodologia e dados completos ainda não foram publicados em revista científica.


"O estudo indica uma eficácia de 78,6% para evitar casos de Covid-19, de 84,7% para evitar as mortes e de 87,6% para reduzir hospitalizações em pessoas de 60 a 79 anos", disse em nota o governo de Buenos Aires.


A aplicação de apenas a 1ª dose da vacina foi registrada pelo Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF, na sigla em inglês) como Sputnik Light, uma forma de acelerar a imunização sem a necessidade de aplicar duas doses e garantir a eficácia da proteção.


O estudo argentino foi o primeiro realizado fora da Rússia que acompanhou este regime de aplicação de vacinas em um "cenário de mundo real". Um levantamento anterior apontou 79,4% de eficácia neste formato de aplicação em pacientes russos, de acordo com o fundo.



Destaques do estudo

186.581 pessoas com idades entre 60 e 79 anos foram acompanhadas pelas autoridades de saúde da região

idosos com mais idade não foram considerados por ser uma amostragem pequena

os pacientes foram vacinados entre 29 de dezembro de 2020 e 21 de março de 2021

pacientes que antes da vacina já se infectaram com o Sars-Cov-2 foram retirados do estudo

40.387 mil dos voluntários receberem a 1ª dose da vacina durante este período, 146.194 não foram imunizados – grupo usado para comparação


Foto distribuída pela presidência argentina mostra primeiras doses da vacina Sputnik V, desenvolvida pela Rússia contra a Covid-19, chegando ao Aeroporto Internacional de Ezeiza, nos arredores de Buenos Aires, no dia 24 de dezembro. — Foto: Esteban Collazo / Argentina's Presidency Press Office / AFP


Sputnik V no Brasil

A Sputnik V vem sendo questionada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Uma das principais questões é que não deveria haver vírus capazes de se replicar em sua composição, e, segundo a Anvisa, os dados das pesquisas mostram que a Sputnik V tem isso.


A agência vetou pedidos de importação da vacina russa porque diz que não pode confiar na segurança, eficácia e qualidade do imunizante diante da ausência de informações que foram requisitadas.


Na próxima sexta-feira (4), a Anvisa deve apresentar o parecer sobre novos pedidos de importação do imunizante russo Sputnik V e do indiano Covaxin, ambos para o combate à Covid-19.



Como funciona a vacina

A Sputnik V usa dois tipos de adenovírus diferentes (entenda mais no infográfico abaixo), um em cada dose, que devem ser administrados em uma sequência certa.


Esses vírus causam resfriados em humanos e foram modificados em laboratório para carregar as instruções genéticas do novo coronavírus até nossas células.


Infográfico mostra como funcionam vacinas de vetor viral contra o coronavírus — Foto: Anderson Cattai/G1


Isso faz com que elas comecem a produzir uma proteína do Sars-CoV-2, disparando o processo que nos deixa imunizados.


Esses adenovírus também foram alterados pelos cientistas para não serem capazes de se reproduzir. Se fizerem isso, diz a Anvisa, podem fazer mal à saúde, e esse efeito não teria sido investigado.


Mas a agência afirma que só um tipo de adenovírus, o que é usado na segunda dose, teria conseguido se replicar de novo.


A Sputnik Light usa o primeiro tipo, que não teria esse problema — e essa é a principal preocupação da Anvisa com a segurança da vacina russa.


Fonte: G1

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