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domingo, junho 13, 2021

Embaixada do Brasil procurou três empresas na Índia em 2020 em busca de cloroquina, mostram documentos



Documentos enviados pelo Ministério das Relações Exteriores à CPI da Covid e obtidos pela TV Globo mostram que a embaixada do Brasil na Índia procurou três empresas no país em busca de cloroquina. Esses mesmos documentos foram enviados ao Ministério da Saúde em junho de 2020.


O presidente Jair Bolsonaro defende o uso do medicamento contra a Covid. Estudos científicos, contudo, já comprovaram a ineficácia do remédio para a doença.


Além disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que a cloroquina não deve ser usada como forma de prevenção; a Associação Médica Brasileira (AMB) diz que o uso de cloroquina e outros remédios sem eficácia contra Covid deve ser banido; e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) diz que a cloroquina não tem efeito e deve ser abandonada.


Segundo os documentos, das três empresas procuradas, somente uma informou produzir o medicamento. Informou ainda ter capacidade de produzir três toneladas, ao custo de US$ 190 por quilo, e previsão mínima de entrega de 4 semanas.


Em outubro de 2020, contudo, o Ministério da Saúde informou ao Ministério das Relações Exteriores que não seria necessária a importação do medicamento. Nesse documento, a Saúde não cita a informação de que a cloroquina é ineficaz contra a Covid, diz somente que a decisão foi tomada "após consulta à área técnica pertinente".


Em setembro, um outro ofício da área técnica do Ministério Saúde detalhou a quantidade de cloroquina já adquirida pelo Brasil por meio de outras fontes.


Ligação de Bolsonaro para Narendra Modi

Documentos do Itamaraty também enviados à CPI da Covid mostram que o presidente Jair Bolsonaro telefonou para o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, para convencer o país a enviar para o Brasil insumos para a fabricação de hidroxicloroquina para o tratamento da Covid (veja detalhes no vídeo acima).


Na conversa, Bolsonaro pediu para acelerar a liberação dos insumos para duas empresas para a produção de hidroxicloroquina no Brasil, a EMS e a Apsen.


Quando a informação se tornou conhecida, a EMS declarou que sempre disponibilizou esses produtos a pacientes com prescrição médica e apoiou o principal estudo clínico do Brasil, que não mostrou efeito favorável em pacientes adultos hospitalizados com formas leves ou moderadas de Covid.


A Apsen afirmou que todas as interações com governos são por meios legais, com lisura, em conformidade com as normas do setor e com a legislação do país.


Fonte: G1

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