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quarta-feira, maio 12, 2021

Seita hindu é acusada de usar trabalho forçado para construir templo nos EUA

Recrutados na Índia para trabalhar no maior templo hindu da região metropolitana de Nova York, eles trabalharam 11 horas por dia, sete dias por semana, por US$ 1,20 a hora. Agora, seis dessas pesoas processam a seita hindu BAPS por "trabalho forçado".



Entrada de templo da seita BAPS, em Robbinsville, Nova Jersey (EUA), na terça-feira (11) — Foto: Seth Wenig/AP Photo


A ação contra a seita, que tem uma dezena de templos e é acusada de explorar cerca de 200 pessoas, foi apresentada nesta terça-feira em um tribunal federal de Nova Jersey. Este estado abriga a maior comunidade hindu nos Estados Unidos, assim como o templo de Robbinsville, o maior do país, inaugurado em 2014 e onde os estrangeiros trabalharam desde 2016.


Os ex-funcionários, todos dalits — considerados intocáveis, na base do sistema de castas da Índia — afirmam ter sido vítimas de "chocantes violações do direito trabalhista mais básico" de 2018 até recentemente.


De volta à região indiana do Rajastão, os seis dizem ter recebido US$ 450 por mês por jornadas diárias de trabalho das 6h30 às 19h30, com apenas uma hora de pausa, durante vários meses seguidos. A maioria não teve dias de descanso.


Eles asseguram que tiveram os passaportes confiscados ao chegarem a Nova York e que foram obrigados a viver em um local fechado. Só podiam sair acompanhados de guardas do BAPS e estavam proibidos de falar com pessoas do exterior sob a ameaça de uma redução de salário. Segundo a ação, um dos funcionários morreu enquanto era "submetido a trabalho forçado".


Templo BAPS em Robbinsville (Nova Jersey, EUA), em foto de 11 de maio; local está parcialmente em construção — Foto: Ted Shaffrey/AP Photo


Salários não pagos

A ação coletiva, que poderia reunir cerca de 200 pessoas que trabalhavam nas mesmas condições, acusa a BAPS de tê-las apresentado de forma fraudulenta como "voluntários" para obter vistos americanos de tipo religioso R-1.


Mas os homens asseguram que não eram voluntários e a maioria nem mesmo está afiliada à seita, ligada ao partido nacionalista hindu, no poder na Índia.

Eles pedem que lhes sejam pagos os salários não recebidos e as perdas e danos por um montante não informado.


A agência France Presse não conseguiu entrar em contato com nenhum porta-voz da BAPS na quarta-feira (12) para comentar a ação.


Fonte: G1

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