A ministra das Relações Exteriores da Colômbia, Claudia Blum, pediu demissão na terça-feira (11) sua renúncia após o governo de seu país ser criticado pela repressão aos protestos que há duas semanas pressionam o presidente Iván Duque.
A carta tem a data de 11 de maio, mas só divulgada por seu gabinete nesta quinta-feira (13). Blum pediu demissão do gabinete sem especificar os motivos.
"Tenho a certeza de que o país continuará no caminho do desenvolvimento sustentável, na recuperação social e econômica dos efeitos da pandemia e na consolidação de consensos que ratifiquem a unidade e fortaleça nossa nação", escreveu.
Blum ocupava o cargo desde novembro de 2019.
A ONU, os Estados Unidos, a União Europeia e ONGs internacionais denunciaram graves excessos cometidos pela polícia nas manifestações e distúrbios que deixaram pelo menos 42 mortos e mais de 1.500 feridos, segundo dados oficiais e da Ouvidoria.
Homem é carregado na cidade de Cali, na Colômbia; manifestantes dizem que ele foi vítima de violência policial durante os protestos no dia 3 de maio de 2021 — Foto: Juan Bautista/Reuters
De acordo com a imprensa colombiana, a ministra planejava viajar em breve à Europa para compartilhar a versão do governo sobre a crise desencadeada pelas manifestações contra o governo em meio à aguda deterioração econômica provocada pela pandemia de coronavírus.
Segundo ministro a cair
Com essa decisão, Duque perde seu segundo ministro em meio à convulsão social. O primeiro foi o chefe do Tesouro, Alberto Carrasquilla, que deixou o cargo pelas críticas à sua proposta de aumentar os impostos da classe média em plena crise sanitária e econômica.
Apesar de Duque ter retirado o projeto legislativo, a violenta repressão aos protestos por parte das forças de ordem alimentou o descontentamento.
Desde então, os protestos se multiplicaram, sem agenda ou direção definida, mas no fundo exigem um país mais justo e um Estado mais solidário e que garanta vida e segurança.
"Outra conquista: seu debate internacional derruba a chanceler Claudia Blum", escreveu no Twitter o senador da oposição Wilson Arias, natural de Cali, uma das cidades mais afetadas pela violência que acompanha o movimento de contestação.
A Colômbia, com uma população de 50 milhões de habitantes e empobrecida pela pandemia, também enfrenta um aumento da violência financiada pelo narcotráfico que desfaz a ilusão de paz assinada com a guerrilha das Farc em 2016.
Fonte: France Presse
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