quinta-feira, maio 13, 2021

Após depoimento da Pfizer, Renan vê participação indevida de Carlos Bolsonaro em tratativas

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou nesta quinta-feira (13) que o depoimento do gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, revelou participação indevida do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) em tratativas do governo federal.



Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid — Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado


Maurillo prestou depoimento nesta quinta à CPI. Aos parlamentares, disse que Carlos, filho do presidente Jair Bolsonaro e sem cargo no governo, e Filipe Martins, assessor do Palácio do Planalto, participaram de uma reunião sobre vacinas.


Após o depoimento, Renan concedeu entrevista a jornalistas e abordou o tema.


"[O depoimento] constata que ele [Carlos Bolsonaro] participou das tratativas. Significa que ele participou indevidamente de tratativas do governo federal, não sendo do governo federal, sendo vereador", afirmou Renan.


O depoimento

Durante depoimento à CPI, Carlos Murillo disse que a diretora jurídica da Pfizer teve uma reunião com o ex-secretário de Comunicação da Presidência da República Fabio Wajngarten em 7 de dezembro do ano passado.


Conforme Murillo, também participaram da audiência Carlos Bolsonaro e Filipe Martins. À comissão, o gerente-geral da empresa repassou as informações que recebeu da funcionária da Pfizer.


"Após aproximadamente uma hora de reunião, Fabio [Wajngarten] recebeu uma ligação, sai da sala e retorna para reunião. Minutos depois entram na sala de reunião Filipe Garcia Martins e Carlos Bolsonaro. Fabio explicou a Filipe Garcia Martins e a Carlos Bolsonaro os esclarecimentos prestados pela Pfizer até então na reunião. Carlos ficou brevemente na reunião e saiu da sala. Filipe Garcia Martins ainda permaneceu na reunião", relatou Murillo.


Renan e a família Bolsonaro

Para Renan Calheiros, se o governo federal "tivesse uma linha de defesa", solicitaria que Carlos Bolsonaro prestasse depoimento à CPI em razão do que foi dito por Murillo.


"Como eles não têm linha de defesa, eles querem agredir, atacar, achincalhar, fazer o que fizeram ontem aqui, fazer o que fizeram em Alagoas, mas nós estamos devidamente tranquilos", acrescentou.


Nesta quarta (12), um outro filho de Bolsonaro, o senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ), chamou Renan de "vagabundo", gerando bate-boca na comissão.



Além disso, nesta quinta, Bolsonaro esteve em Alagoas, estado de Renan, e disse que há "vagabundo inquirindo pessoas de bem". Em resposta, o senador afirmou: "Se ele não respeita a CPI, por favor, pare com baixaria. Ele tem seus interesses e defende seus interesses próprios. Suas agressões são socos no ar. A CPI não vai sucumbir a isso, vai cumprir seu papel."


Fonte: G1

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