Uma idosa recebeu duas doses de vacinas diferentes contra a Covid-19, em Maringá, na região norte do Paraná. A prefeitura da cidade confirmou que a paciente recebeu imunizantes diferentes e disse que monitora o caso.
Familiares de Etelvina Bressan Rebelatto, que tem 95 anos, contaram que a idosa recebeu a primeira dose da vacina no dia 9 de fevereiro. À época, o imunizante aplicado foi a vacina de Oxford, da Fiocruz.
Segundo a família, agentes da Secretaria Municipal de Saúde retornaram à casa da idosa na segunda-feira (8) para aplicar a segunda dose. No entanto, desta vez, os profissionais usaram a CoronaVac, do Instituto Butantan.
Ana Paula Bressan, neta de Etelvina, disse que procurou a Secretaria Municipal de Saúde após perceber a troca, já que a família está preocupada com possíveis efeitos colaterais ou que a idosa seja contaminada com o vírus.
"Vamos ter que esperar mais quatro dias para receber a segunda dose. E de qual vacina? A gente não sabe ainda, a gente não sabe o que fazer agora. Vamos deixar ela dentro de casa e esperar", afirmou.
Estudos sobre o uso de imunizantes diferentes em uma mesma pessoa ainda estão sendo feitos.
Mesmo assim, o Ministério da Saúde afirmou, no fim de 2020, que há risco de reação adversa grave para quem tomar doses de vacinas diferentes.
O médico infectologista Luiz Jorge Moreira Neto explicou que ainda faltam evidências ciêntificas. No entanto, para ele, a melhor opção seria que a idosa concluísse o ciclo de imunização recebendo a segunda dose de um dos dois imunizantes.
"Não tem estudos que comprovem que elas vão perder os efeitos, mas o mais provável é que ela tenha os efeitos somados, desde que ela tome a segunda dose de uma das duas vacinas."
Vacinas contra a Covid-19: Coronavac e de Oxford — Foto: Montagem/G1
O que dizem as autoridades?
A prefeitura de Maringá disse que está avaliando e acompanhando o estado de saúde da idosa, que não apresenta sintomas relacionados à vacinação. O município afirmou que comunicou o caso ao Ministério da Saúde.
Ainda de acordo com a prefeitura, um procedimento interno foi aberto para apurar se houve falha humana ou de processos, para "reorganizar o sistema de Tecnologia da Informação para evitar casos futuros".
A Secretaria Municipal de Saúde disse que aguarda orientações do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) sobre a aplicação da segunda dose da vacina de Oxford/AstraZeneca.
Por outro lado, a Sesa afirmou que aplicação de vacinas é de responsabilidade dos municípios e que possíveis eventos adversos são acompanhados pelo Ministério da Saúde.
O Ministério da Saúde disse irá se manifestar após apurar as informações sobre esse tipo de evento com a área técnica da pasta.
Vacinação no Paraná
Segundo levantamento da Sesa de quarta-feira (10), o Paraná vacinou 438.661 pessoas contra a Covid-19, sendo que 142.883 receberam as duas doses do imunizantes.
Até agora, o estado recebeu 1 milhão de doses das vacinas de Oxford e CoronaVac. O último lote enviado pelo Ministério da Saúde chegou ao Paraná na terça-feira (9).
A Sesa começou a distribuição de cerca de 80 mil imunizantes aos municípios, na quarta-feira. As unidades devem ser utilizadas para começar a vacinação de idosos com pelo menos 75 anos.
Fonte: G1
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