O diretor de uma escola no leste da África do Sul foi suspenso de suas funções após fazer um estudante de 11 anos descer em uma fossa seca para procurar um celular perdido. A Justiça ordenou investigação contra o educador, identificado como Lubeko Mgandela, que compareceu a um tribunal nesta quarta-feira (17) e evitou a prisão ao pagar fiança.
Banheiro de fossa seca em escola na África do Sul, em foto de 17 de março — Foto: AP Photo
Segundo relatos, o diretor acidentalmente deixou cair seu celular na latrina, em um banheiro de construção muito simples do lado de fora da escola. Ele, então, chamou o aluno para procurar o aparelho na fossa seca.
Em um primeiro momento, Mgandela usou uma corda para dar suporte ao garoto para que procurasse o celular em meio às fezes. O menino não conseguiu encontrar o telefone, e, ao retornar todo sujo, sofreu piadas de outros alunos. Segundo a família, a criança não voltou à escola desde o episódio, ocorrido no início deste mês.
Testemunhas também relatam que o diretor pagou 50 rands para o menino procurar o aparelho, valor próximo de R$ 19. Se encontrasse o celular, o garoto receberia 200 rands (R$ 76).
Banheiros precários em escolas
Banheiro de fossa seca em escola na África do Sul — Foto: AP Photo
Escolas com banheiros precários, de fossa seca, são um problema na África do Sul. O país registra dois acidentes fatais com instalações do tipo: duas crianças caíram em latrinas e se afogaram. Um dos casos ocorreu em 2014, e o outro, em 2018.
O presidente Cyril Ramaphosa estabeleceu como meta instalar banheiros mais modernos em todas as escolas sul-africanas em até dois anos. No entanto, segundo dados oficiais, mais de 3,8 mil escolas pelo país ainda usam fossas secas.
Fonte: Associated Press
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