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quarta-feira, março 17, 2021

Após dias sem aparecer em público, governo da Tanzânia confirma morte do presidente John Magufuli

O presidente da Tanzânia, John Magufuli, morreu aos 61 anos, informou a vice-presidente Samia Suluhu Hassan nesta quarta-feira (17). Segundo ela, o mandatário estava internado em Dar Es Salaam, maior cidade do país, com "problemas no coração".


John Magufuli, presidente da Tanzânia morto nesta quarta (17), em foto tirada no Quênia em 2016 — Foto: Thomas Mukoya/Arquivo/Reuters


Magufuli estava desde 27 de fevereiro sem fazer aparições públicas, o que aumentou rumores pelo país sobre seu estado de saúde (leia mais sobre a saúde do presidente da Tanzânia no fim da reportagem).


O governo, até o anúncio da morte nesta noite, não dava informações sobre o paradeiro do presidente — inclusive prendendo quem espalhasse boatos sobre a saúde do chefe do poder da Tanzânia. Quatro pessoas foram detidas.


Magufuli se elegeu presidente da Tanzânia em 2015 e renovou o mandato após vencer as eleições de outubro de 2020, com mais de 84% dos votos.


Presidente negacionista


John Magufuli, presidente da Tanzânia, vota em 28 de outubro de 2020 — Foto: Stringer/Reuters


O sumiço levantou inclusive suspeitas de que o presidente tanzaniano poderia estar com Covid-19. Negacionista da pandemia, Magufuli sempre afirmou que a Tanzânia estava livre do coronavírus "graças a orações".


Ele dizia que o novo coronavírus é proveniente de um demônio ocidental, e seu governo recomenda receitas caseiras -- uma bebida à base de gengibre, cebola, limão e pimenta -- para eliminá-lo. Ou seja, além de difundir hipóteses falsas sobre a pandemia, ele também sugeriu tratamentos alternativos que não têm eficácia para combater a Covid-19.


Oficialmente, o país tem 509 casos confirmados e 21 mortes causadas pelo vírus. As últimas infecções e vítimas foram registradas em 8 de maio de 2020. Mas, em fevereiro, o país vivenciou uma onda de mortes atribuídas oficialmente a pneumonias, o que indica subnotificação.


Rumores sobre estado de saúde


O presidente reeleito da Tanzânia, John Pombe Magufuli, segura lança e escudo depois de tomar posse para seu segundo em novembro de 2020 — Foto: Tanzania State House Press/Reuters


Há uma semana, o líder da oposição, Tundu Lissu, que está exilado na Bélgica, questionou a ausência do presidente.


E na segunda-feira, Lissu disse em uma rede social que, segundo fontes da comunidade de Inteligência, o presidente estava "com Covid-19, usava um suporte de vida e estava paralisado de um lado da cintura para baixo".


"Independentemente do que esteja acontecendo, está claro que o governo está tentando ganhar tempo", afirma Nic Cheeseman, professor de democracia na Universidade de Birmingham e especialista na região.


"Prolongar a espera só tem sentido se o presidente estiver muito doente, incapacitado ou morto.", disse Cheeseman à AFP.

Também na segunda-feira, a vice-presidente do país, Samia Suluhu Hassan, disse que "nosso país está agora repleto de rumores procedentes do exterior, mas precisamos ignorá-los". "É bastante normal que alguém tenha gripe, febre ou alguma outra doença".


Fonte: G1

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