O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira (4) que deve chegar ao Brasil, na tarde deste sábado (6), o primeiro lote de matéria-prima para a fabricação da vacina contra a Covid-19 de Oxford/Astrazeneca pelo Instituto Fiocruz.
Essa primeira remessa do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) fabricado na China deveria ter sido entregue ainda em janeiro, mas houve atrasos na liberação do produto pelos chineses. Especialistas apontam influência de uma "crise diplomática" entre Brasil e China – o governo Jair Bolsonaro nega.
Até terça-feira, a previsão divulgada pela Fiocruz era de que o primeiro lote fosse suficiente para a produção brasileira de 7,5 milhões de doses. Nesta quinta, no entanto, a fundação informou uma estimativa menor – de que os insumos rendam 2,81 milhões de doses.
Ainda de acordo com a Fiocruz, até o fim de fevereiro, está previsto o recebimento de matéria-prima para a produção de 15 milhões de doses ao todo. A fundação não explicou, no material divulgado, porque houve redução na estimativa desse primeiro lote.
Segundo o Ministério da Saúde, o IFA sairá de Xangai às 20h35 desta quinta-feira, no horário de Brasília, e deve chegar ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (RIOGaleão) às 17h50 de sábado. O governo pretende divulgar mais detalhes nesta sexta (5).
Na terça (2), o Jornal Nacional mostrou que o atraso na chegada desse ingrediente vai alterar o cronograma de produção das doses, segundo informou a própria Fiocruz. A previsão final se mantém: serão 100 milhões de doses da vacina de Oxford produzidas em solo brasileiro até o fim de julho.
A fábrica da fundação é capaz de produzir até 1,4 milhão de doses por dia, mas o Brasil ainda não consegue fabricar o princípio ativo das vacinas, que requer a manipulação do vírus. Essa tecnologia ainda será "absorvida" pelo Brasil nos próximos meses.
No último dia 25, os governos do Brasil e da China já haviam anunciado a liberação de um lote de matéria-prima para a fabricação de outra vacina, a CoronaVac, produzida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Até aquele momento, o insumo direcionado à Fiocruz seguia travado.
Esse material destinado ao Butantan chegou à sede do instituto nesta quinta e é suficiente para a produção de 8,6 milhões de doses. Um segundo lote deve chegar até a próxima semana, segundo o governo do estado de São Paulo.
Vacina de Oxford
A vacina de Oxford contra a Covid-19 pode ter a capacidade de reduzir em até 67,6% a transmissão do novo coronavírus, apontaram cientistas da universidade em um estudo preliminar divulgado na terça.
A pesquisa está em fase de revisão por outros cientistas para ser publicada na revista "The Lancet", uma das mais importantes do mundo.
É a primeira vez em que um estudo de fase 3 de uma vacina contra a Covid leva em conta os casos assintomáticos da doença. Esse dado ajuda a entender o quanto ela pode ajudar a reduzir a transmissão do coronavírus.
Os resultados foram calculados a partir de dados de 17.177 voluntários em três estudos separados (no Reino Unido, no Brasil e na África do Sul). Deles, 8.597 tomaram a vacina e 8.580 não tomaram (grupo controle).
Fonte: G1
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