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quinta-feira, dezembro 03, 2020

Potiguares reclamam da alta de preço dos alimentos

A alta dos preços dos itens que compõem a alimentação básica nos últimos 12 meses no Brasil levou famílias a diminuírem o consumo e substituir alimentos para evitar impactos financeiros  maiores. Acumulada em 12,7% ao longo deste ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação sobre os alimentos pressiona o indicador geral do país, que em outubro alcançou 0,86% com relação a setembro. De acordo com economistas, a alta eleva a insegurança alimentar no Brasil.


Créditos: Magnus Nascimento

Nos supermercados, clientes estão modificando hábitos de consumo e procurando os produtos mais baratos. Maioria dos itens da cesta básica sofreu aumento


Para o ano, a inflação acumula alta de 2,22% e, em 12 meses, de 3,92%, acima do observado nos 12 meses anteriores (3,14%). A alta em outubro significou o maior aumento para o mês desde 2002, quando o indicador foi de 1,31%. Segundo o IBGE, a principal razão para essa elevação é a pressão dos preços dos alimentos e das passagens aéreas.


Entretanto, a alta dos alimentos impacta diretamente as famílias brasileiras de baixa renda, que convivem com uma situação de vulnerabilidade social. O aumento é sentido com mais força sobre os produtos que fazem parte da cesta básica – feijão, arroz, carnes, trigo, milho – e pesa sobre as famílias que já comprometem grande parte da renda com alimentação e não têm mais onde cortar.


“Como a distribuição de renda é muito ruim, é na alimentação que as famílias pobres sentem a inflação. Ele esgota o dinheiro comprando alimentos, que foi o que mais subiu nos últimos meses”, explicou o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IbrE/FGV), André Braz. 


A dona de casa Lidiane Miranda, 32 anos, afirmou que desde que o preço dos alimentos disparou nos últimos meses ela parou de comprar itens como queijo e a substituir a carne por proteínas mais baratas, como frango e peixe. “Muita coisa eu deixei de comprar, e passei a escolher mais os produtos de menor preço. Agora, a gente come muito mais frango e peixe do que carne, que está muito cara”, afirmou.


A opção de substituir produtos e diminuir o consumo passou a ser adotada pela maioria das famílias. O ex-presidente da Associação dos Supermercados do Rio Grande do Norte (ASSURN), Nelson Leiros, que possui um estabelecimento no município de Ceará-Mirim, região metropolitana de Natal, explicou que a venda de frango e macarrão cresceu nos últimos meses, apesar do preço desses itens também terem aumentado. “O consumidor procura o mais barato. Esses alimentos também cresceram de preço. Todos cresceram. Mas ainda são mais baratos”, declarou.


Segundo o IBGE, as maiores altas neste mês, com relação a setembro, foram no preço do tomate (18,69%), das frutas (2,59%) e da batata-inglesa (17,01%). A carne, item que os consumidores mais relatam quando falam em aumento, cresceu 4,2%. “Todos esses itens têm contribuído para a alta sustentada dos preços dos alimentos, que foram de longe o maior impacto no índice do mês”, afirmou o gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov.


Fonte: Tribuna do Norte

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