Um grupo de policiais militares preparou uma emboscada por dois meses para um policial civil que investigava o grupo por coagir comerciantes a vender uma marca de cigarros ilegal na Feira da Pavuna, Zona Norte do Rio, é o que aponta a investigação sobre o crime como mostrou o RJ1 nesta quinta-feira (17).
O inspetor Bruno Rodrigo da Silva Rodrigues, da 39ª DP, sofreu um atentado no dia 14 de abril. Ele foi atingido por mais de 20 tiros quando chegava em casa, no bairro de Vila Valqueire, na Zona Oeste.
A Polícia Civil e o Gaeco do Ministério Público do Rio de Janeiro prenderam seis pessoas — cinco delas policiais militares — acusadas de terem tramado a execução nesta quinta na operação “Todos Por Um”. Antes do atentado, o grupo pesquisou a rotina e trocou informações por um aplicativo de mensagens.
A ação cumpriu ainda 15 mandados de busca e apreensão. Desse total, 13 são PMs, sendo um capitão e um tenente, que não tiveram a prisão decretada pela Justiça.
Quatro batalhões passam por buscas desde o início da manhã: 7º BPM (São Gonçalo), Batalhão de Vias Especiais (BPVE), 15º BPM (Duque de Caxias) e 35º BPM (Itaboraí). A Corregedoria da PM deu apoio à ação.
“Nos chocou ver que PMs planejaram matar um policial porque ele estava investigando uma atividade criminosa. Estamos falando de um grupo estável, que não se reuniu ali para fazer uma coisa. Foram dois meses de monitoramento. Até na porta da delegacia onde ele trabalhava. Uma delegacia. Isso mostra a falta de limite, falta de temor. Se não damos essa resposta a Sociedade vai ficar à mercê de quem?”, questionou a promotora do Gaeco, Carmen Eliza Carvalho.
Carro de inspetor da Polícia Civil que sofreu atentado na Zona Oeste do Rio com marcas de tiros — Foto: Reprodução
Os seis envolvidos diretamente na tentativa de homicídio já foram denunciados pelo MPRJ e tiveram as prisões preventivas decretadas pela Justiça.
São eles:
cabo Sérgio Berbereia Basile (7ºBPM);
cabo Mauro Simões de Castro (7ºBPM);
sargento Fagner Alves da Silva (7ºBPM);
sargento Joamilton Tomaz Ribeiro — cujo a impressão digital foi encontrada na porta do veículo utilizado no ataque (7º BPM);
cabo Euclydes José do Prado Filho, o Dinho (lotado no BPVE);
Sérgio Leonardo dos Santos Antônio, que é informante do grupo.
Rotina vigiada
Imagens de câmeras de segurança mostraram o carro do inspetor sendo seguido pelos criminosos um dia antes do atentado.
Em um grupo de Whatsapp chamado de “Amigos do Futebol” os criminosos vigiavam a rotina do inspetor.
“Preciso que um de vocês vá até o campo ver se o juiz está lá. Assim que constatar que ele está lá, avisa para podermos ir na direção. A partir do momento que constatar que ele está lá, não pode sair para poder monitorar”, afirmava uma das mensagens. O “juiz”, no caso, era o inspetor Bruno.
Armas apreendidas
Quatro armas foram apreendidas. Na casa do cabo Euclydes José do Prado Filho foi encontrada uma pistola Glock com kit rajada e numeração raspada.
Segundo o delegado responsável pelo caso, os presos responderão por tentativa de homicídio, adulteração de veículos e associação criminosa.
“Não são policiais militares, mas criminosos que se infiltraram na polícia militar”, afirmou o delegado Rodrigo Barros, titular da 39ªDP.
Fonte: G1
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