quarta-feira, dezembro 09, 2020

Aliado de Bolsonaro, Arthur Lira lança candidatura à presidência da Câmara

O deputado federal Arthur Lira (PP-AL) lançou nesta quarta-feira (9) candidatura à presidência da Câmara dos Deputados. Aliado do presidente Jair Bolsonaro, Lira deve disputar o cargo com o candidato que o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidir apoiar.


Deputado Arthur Lira (PP-AL) no plenário da Câmara, em imagem de arquivo — Foto: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados


Lira é o líder do Centrão na Câmara, composto pelos partidos PL, PP, PSD, Solidariedade e Avante. Juntas, as siglas reúnem 135 deputados e se declararam base aliada de Bolsonaro em maio deste ano.


“Para que a gente possa tocar os próximos dois anos de uma maneira diferente de como a Casa vem sendo administrada. Não que venha sendo mal administrada, mas cada presidente tem a sua marca”, disse Lira.


A eleição para a presidência da Câmara será no dia 1º de fevereiro de 2021. O deputado Marcelo Ramos (PL-AM) vai concorrer ao cargo de 1º vice-presidente na chapa. Antes de apoiar a candidatura de Lira, Ramos tinha a intenção de se lançar como candidato à presidência da Câmara.


A candidatura foi lançada com o lema “Para toda a Câmara ter voz”, na sede do PP, no Senado. No evento, participaram os líderes dos partidos do bloco liderado por Lira e parlamentares de outras siglas, como os líderes do Patriota, Fred Costa (MG) e do PSC, André Ferreira (PE), e o deputado Eros Biondini (PROS-MG).


Segundo o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), o PTB também fechou acordo pela candidatura de Lira, embora não tenha enviado políticos à cerimônia.


"Todo diálogo começa largo, tem que começar bem amplo. Respeitando minoria, oposição, respeitando regimento, altivez do poder legislativo. Toda a sua pluralidade de pensamentos e correntes ideológicas", disse Arthur Lira.


"Mas a maioria num sistema democrático sempre vence e o plenário é soberano por maioria. E na sua soberania as pautas serão levadas à discussão, as pautas serão socializadas pelos deputados."


Lira disse ainda que, na sua eventual gestão, o colégio de líderes deve se reunir sempre às quintas-feiras para que os deputados "saibam com antecedência" as pautas.


"As relatorias voltarão a ser entregues pela proporcionalidade partidária, os relatores terão autonomia sobre os seus relatórios", disse, sendo aplaudido pelos presentes.


Reeleição proibida

Um julgamento virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou o que diz a Constituição e proibiu a reeleição para as presidências da Câmara e do Senado. Assim, Maia ficou impossibilitado de disputar o pleito, mas ainda não definiu o nome que deve apoiar.


Mais cedo, o presidente da Câmara disse que o governo Jair Bolsonaro está “desesperado” para ter um aliado na presidência da Câmara para pautar projetos de costumes e "desorganizar" a agenda do meio ambiente.



Rodrigo Maia ponderou que os dois principais grupos que disputam o comando da Casa defendem a mesma agenda liberal na área econômica, em sintonia com o governo. Portanto, diz Maia, o interesse do Palácio do Planalto em interferir no pleito seria para avançar nas pautas de costumes e armamentista.


Apoio

Presente no evento, a deputada Margarete Coelho (PP-PI) disse que a eleição de Lira abriria espaço para pautas "negligenciadas" na Câmara.


"Em nome das minorias, em nome das mulheres, em nome daqueles que querem o meio ambiente preservado para essa geração e para as futuras gerações, estamos com você para defender essa pauta", disse a parlamentar.


O líder do PSD, Diego Andrade (MG), disse que "a Câmara não pode mais ficar marcada como um lugar em que as propostas vencem por falta de votação".


Fonte: G1

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