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segunda-feira, setembro 28, 2020

Após afastamento de padre Robson, novo reitor toma posse no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade

O padre João Paulo Santos, de 37 anos, assumiu, durante uma missa realizada no domingo (27), o posto de reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia. O pároco substitui o padre Robson de Oliveira, que se afastou da função após o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) começar uma investigação por suspeitas de desvios de R$ 120 milhões da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) – entidade criada e também chefiada por Robson para administrar o santuário.


Sobre as suspeitas de crimes com dinheiro dos fiéis, padre Robson sempre negou as acusações, dizendo que todo o valor arrecadado é usado exclusivamente para atender os objetivos da evangelização.


Ao tomar posse da reitoria, João Paulo Santos falou sobre os desafios que deve encarar ao assumir o posto.


“Estar aqui nessa posição me rende responsabilidades, porque significa continuar esse grande legado da evangelização da Igreja no Brasil. O Santuário do Divino tem essa importância grandiosa”, afirmou.



Padre João Paulo assume como reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno — Foto: Reprodução/TV Anhanguera


João Paulo é natural de São João do Araguaia (PA), mas mora em Trindade desde criança. Há 11 anos ele exerce a função de padre.


O novo reitor é licenciado em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), bacharel em teologia pelo Instituto de Filosofia e Teologia de Goiás (Ifiteg) e especializado em cinema e educação pela Universidade Estadual de Goiás (UEG). Ele também é mestre em Sagrada Escritura pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma e está cursando doutorado no mesmo tema, mas na Universidade Gregoriana de Roma.


Na sua trajetória como pároco, João Paulo atuou em três seminários, foi vigário em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Abadia de Goiás e Vila Rica (MT).



Santuário Basílica do Divino Pai Eterno — Foto: Murillo Velasco/G1


Investigações

O antigo reitor do Santuário Basílica, padre Robson de Oliveira, se afastou dessa função e da presidência da Afipe assim que o MP-GO deflagrou a Operação Vendilhões, que investiga suspeitas de desvios de doações de fiéis à associação.


São investigados os seguintes crimes:


Apropriação indébita

Lavagem de dinheiro

Falsificação de documentos

Sonegação fiscal

Associação criminosa

Também após Robson se afastar das suas funções, uma nova diretoria assumiu a Afipe e trocou todos os membros da associação investigados pelo Ministério Público. Na presidência da instituição, ficou o padre André Ricardo de Melo.



Além de afastar os investigados, os novos diretores informaram que vão contratar uma empresa independente para auditar todos os atos referentes à gestão anterior. O diálogo com a empresa está em andamento.


Para a nova direção, o trabalho de auditoria "busca esclarecer com transparência aos devotos do Divino Pai Eterno" a movimentação realizada pelo padre Robson, além de "tomar todas as providências para que não haja mancha ou dúvida nas suas ações".



Padre Robson Oliveira Pereira — Foto: Reprodução/Instagram


De acordo com as investigações, a Afipe chegava a receber mensalmente R$ 20 milhões dos fiéis e, nos últimos nove anos, movimentou mais de R$ 2 bilhões.


Parte do dinheiro doado pelos devotos deveria ser usado na construção da nova Basílica, que foi avaliada inicialmente em R$ 100 milhões, mas que, atualmente, tem previsão de custar R$ 1,4 bilhão. O Ministério Público revelou que o sino comprado para a nova igreja custou R$ 17 milhões.


A defesa de padre Robson chegou a pedir anulação das provas e sigilo no processo, mas a solicitação foi negada pela Justiça.


Fonte: G1

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