sábado, junho 20, 2020

Wassef diz que não é o 'Anjo' e que não abrigou Queiroz por 1 ano

O advogado Frederick Wassef, dono do imóvel em Atibaia (SP) onde Fabrício Queiroz foi preso, afirmou neste sábado (20) que nunca falou trocou mensagens com Queiroz e que também não é o "Anjo" citado na investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro. Ele negou que tenha abrigado Queiroz por 1 ano, sem no entanto explicar o que então o ex-assessor fazia na casa onde foi encontrado.

Foto de arquivo de Frederick Wassef, advogado de Flávio Bolsonaro, durante entrevista em Brasília.  — Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO
Foto de arquivo de Frederick Wassef, advogado de Flávio Bolsonaro, durante entrevista em Brasília. — Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO

Estas são as primeiras declarações do advogado e ocorreram mais de 48 horas após a prisão de Queiroz. Elas foram feitas em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo".

Wassef também negou que tenha mantido contatos com a família do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro. "Não escondi ninguém", disse.

Ele se disse vítima de uma armação para incriminar o presidente Jair Bolsonaro, de quem é amigo. Wassef defende o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), no caso das rachadinhas, e também é advogado de Jair Bolsonaro.

Malote
Wassef disse ainda que Queiroz foi submetido a duas cirurgias na Santa Casa de Bragança Paulista (SP). Segundo o advogado, o escritório dele estava em obras e, nas palavras dele, plantaram um malote lá. "Estão me atribuindo coisas que não fiz", disse. Ele não explicou a que malote se refere.


Procurado pelo G1, o promotor José Claudio Baglio, que fez parte da força-tarefa para cumprir o mandado de prisão de Queiroz e de busca e apreensão no imóvel, afirmou que nenhum malote foi apreendido. "Não tem nenhum malote apreendido. Tem o invólucro com o material que foi localizado na casa e que foi encaminhado para o Rio de Janeiro junto com o senhor Fabrício Queiroz no helicóptero."

Também neste sábado (20), o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, do Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas (Decade), que coordenou a operação, afirmou que a apreensão foi feita pelo Ministério Público e que o malote da Polícia Civil foi emprestado apenas para transportar os pertences.

"O promotor falou invólucro, mas é o malote, é a mesma coisa, é a mesma coisa. A Polícia Civil não participou da apreensão, nós só demos apoio à entrada na casa e à prisão do Queiroz. Invólucro e malote é a mesma coisa. Esta afirmação do Wassef está equivocada. Ele deve ter visto um malote da Polícia Civil e confundiu as coisas", disse ao G1.

O que dizem as investigações
Mensagens apreendidas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) indicam que o ex-assessor parlamentar era monitorado por Wassef. Os investigadores acreditam que o apelido "Anjo", que aparece nas mensagens, era como Queiroz e outros investigados se referiam ao advogado.

Após a prisão de Queiroz, um dos caseiros do imóvel disse à Polícia Civil que o ex-assessor morava na casa do advogado Frederick Wassef havia cerca de 1 ano.

Segundo informou o delegado Nico Gonçalves, dois celulares foram apreendidos pela equipe do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo) durante a operação que prendeu Queiroz, além de documentos e uma quantia em dinheiro não especificada.

Fonte: G1

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