Entidades e políticos reagiram nesta sexta-feira (12) à fala do presidente Jair Bolsonaro na noite anterior, na qual ele incentiva pessoas a entrar em hospitais públicos ou de campanha que tratam da covid-19 para filmar o interior das instalações a fim de constatar se há leitos desocupados.
A crise do coronavírus vem provocando superlotação em hospitais pelo país, com falta de leitos para atender aos doentes nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
Em transmissão nas redes sociais, o presidente declarou: "Seria bom você fazer na ponta da linha. Tem hospital de campanha perto de você, hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente está fazendo isso e mais gente tem que fazer para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis ou não. Isso nos ajuda".
Em nota, o Conselho Nacional de Saúde afirmou que a declaração agrava ainda mais o contexto de crise na saúde pública.
Para o conselho, o posicionamento demonstra "total desprezo pela vida da população, não expressando qualquer sentimento de solidariedade, empatia e compaixão". Para a entidade, "essa atitude representa constrangimento aos pacientes que se encontram internados".
Em carta, os governadores do Nordeste afirmaram que a declaração "choca a todos, contraria protocolos médicos, desrespeita profissionais e coloca a vida das pessoas em risco".
De acordo com o texto da carta, Bolsonaro "segue o mesmo método inconsequente que o levou a incentivar aglomerações por todo o país, contrariando orientações científicas bem como a estimular agressões a jornalistas e veículos de comunicação".
Em uma rede social, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, também criticou a declaração de Bolsonaro. "É mais uma manifestação de total insensibilidade com os familiares dos mais de 40 mil mortos pela Covid 19. No momento de crise os líderes precisam se manifestar com serenidade, solidariedade e compaixão."
Fonte: G1
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