O senador Flávio Bolsonaro e seu irmão, o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, movimentaram juntos R$ 31 mil em dinheiro vivo para quitar dívidas com duas corretoras de valores.
A informação consta em dois processos movidos pelos irmãos contra duas empresas diferentes. Os dois alegaram, em diferentes momentos, que foram vítimas de agentes de investimentos que teriam praticado operações ilegais e assim teriam gerado prejuízos para os filhos do presidente da República.
As movimentações em dinheiro vivo ocorreram entre 2007 e 2009, período investigado pelo Ministério Público do Rio pela suposta prática de "rachadinha" no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj.
Na ocasião, Flávio ainda era deputado estadual no Rio de Janeiro. De acordo com o MP, um relatório do Coaf mostrou que o assessor de Flávio, Fabrício Queiroz, recebeu mais de R$ 2 milhões em 483 depósitos em conta bancária. A maior parte em dinheiro vivo.
As informações foram publicadas na edição desta sexta-feira (12), pelo Jornal Folha de São Paulo e confirmadas pela TV Globo.
Jair Bolsonaro com os filhos Carlos e Flávio. — Foto: Flickr/família Bolsonaro
Flávio contra a corretora
Na ação judicial movida contra a corretora Citigroup Global Markets Brasil, Flávio Bolsonaro alegou ter transferido R$ 90 mil entre os anos 2007 e 2008 para a empresa.
O senador alega que um representante da corretora informou a ele que um agente de investimentos havia realizado operações ilegais e que, por consequência, todos os valores investidos estariam perdidos e existia um débito de R$ 15,5 mil.
Segundo o documento, Flávio teria dito que não tinha o valor em sua conta corrente, mas que entregou em dinheiro a quantia para o gerente da corretora.
A Justiça de São Paulo julgou, em novembro de 2019, o pedido de Flávio improcedente. Segundo a decisão, Flávio acessou 66 vezes o sistema de movimentação de investimentos e recebeu extratos mensalmente, no período em que ele afirmou que ocorreram as operações ilegais.
O RJ2 procurou a declaração de bens de Flávio Bolsonaro nas eleições de 2006 e 2010, antes e depois de fazer investimentos em uma corretora. O patrimônio declarado à justiça eleitoral do então deputado aumentou 80% em quatro anos.
Carlos contra outra corretora
Carlos Bolsonaro se envolveu em um problema parecido com o do irmão. O vereador também moveu uma ação contra uma corretora na Justiça de São Paulo. Desta vez a acusada era a Intra Corretora de Câmbio e Valores. A revelação foi feita no ano passado pela revista Época.
Carlos afirmou que transferiu R$ 130 mil para aplicações financeiras durante os anos de 2007 e 2009.
Segundo o documento, em maio de 2009, Carlos foi comunicado por um funcionário que o agente de investimentos havia feito operações ilegais e que perdeu todos os valores investidos.
Carlos disse ter desembolsado para quitar a dívida com a corretora o mesmo valor pago pelo irmão: R$ 15,5 mil. Mais uma vez a Justiça de São Paulo considerou o pedido improcedente.
Carlos Bolsonaro — Foto: Reprodução/Twitter?Carlos Bolsonaro
Investimentos não declarados
Carlos Bolsonaro não declarou os investimentos quando concorreu para uma vaga na Câmara de Vereadores do Rio, nas eleições de 2008.
Na declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral, o vereador afirmou possuir apenas um apartamento e um carro.
O que dizem os citados
A defesa de Flávio e Carlos Bolsonaro negou qualquer irregularidade na forma de pagamento à corretora e disse que eles declararam à Justiça todas as informações necessárias para que pudessem receber a reparação.
Os advogados ainda afirmaram que misturar esse processo com outros assuntos é um erro, alimenta ilações fantasiosas e incentiva o que eles definiram como "perseguição promovida contra a família Bolsonaro".
Fonte: G1
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