quinta-feira, junho 25, 2020

Advogada que conviveu com Queiroz em Atibaia diz que mulher dele passava temporadas na casa

Advogada que conviveu com Queiroz em Atibaia diz que mulher dele ...O Jornal Nacional entrevistou uma advogada que conviveu com Fabrício Queiroz na casa em que ele foi preso na quinta-feira (18) em Atibaia, no interior de São Paulo.

Queiroz é suspeito de operar um esquema de "rachadinha" no gabinete do hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos -RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na época em que ele era deputado estatual no Rio de Janeiro.

Ana Flávia Rigamonti diz que começou a trabalhar na casa registrada como escritório do ex-advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef, em Atibaia, em maio de 2019. Ela contou ao Jornal Nacional que a mulher de Queiroz, Márcia de Oliveira Aguiar, que está foragida, passava temporadas na casa. Contou, ainda, que chegou a emprestar o carro para Queiroz. A polícia fez uma operação na terça-feira (23) para tentar encontrar Márcia na casa de parentes de Queiroz, em Belo Horizonte, mas não obteve sucesso.

"Para onde ele ia, a viagem ao certo, eu não ficava perguntando... Mas acho que emprestei meu carro umas três, quatro vezes, pelo menos."

A advogada disse que não lembra quando Queiroz chegou em Atibaia, mas que, enquanto os dois estiveram na casa, conviveram e chegaram a ficar amigos.

Segundo ela, Queiroz passou a viver na casa depois que ela já estava trabalhando no local. "Eu não lembro direito o mês, mas foi depois disso, depois de maio", disse. Sobre Queiroz, ela disse que "nunca trabalhou" para ele e que" não tem nada a ver com o caso". "Acabei conhecendo o Queiroz ali e a gente, querendo ou não, criou um vínculo de amizade, assim, né, porque, tinha momentos em que eu estava na casa e outros em que eu não estava. Então, acabei conhecendo ele e a esposa dele."

Ana afirma que Márcia passava temporadas na casa de Atibaia. "Ela ficava um pouco, e vinha e voltava." Ao ser perguntada se ela chegava a ficar um mês com Queiroz no local, a advogada respondeu que sim.

Ela conta que nunca recebeu qualquer orientação para vigiar Queiroz enquanto ele esteve na casa de Wassef. "Eu não recebi (...) nenhuma orientação a respeito de... Como se eu estivesse trabalhando, como se eu fosse uma vigia dele. Essa não era minha função ali, não."

O pedido de prisão de Queiroz faz referência a uma pessoa chamada Ana. Os promotores não esclarecem se é a advogada Ana Flávia Rigamonti.

Em uma mensagem interceptada pelos investigadores, a mulher de Queiroz pede que a filha avise Ana que ela e o marido estavam a caminho de São Paulo. Neste mesmo dia, a filha de Márcia enviou à mãe a resposta de Ana: "Pode ficar tranquila que não falo nada, não".


Já em outro diálogo registrado em novembro de 2019, o filho de Queiroz mandou para Márcia uma mensagem de áudio encaminhada por Ana, em que ela afirma que não teria comentado com o "Anjo" sobre uma viagem de Queiroz e de Márcia, pedindo que "se ele questionar alguma coisa, vocês falam que foi agora".

Segundo as investigações, "Anjo" era como Queiroz e os parentes se referiam a Frederick Wassef. Ana Flávia diz que não sabe quem é o "Anjo". Ao ser perguntada pela reportagem se tinha o hábito de chamar o advogado de anjo, ela disse que não, que sempre o chamou de Doutor Fred. Já ao ser questionada se entre ela, o Queiroz e a Esposa, se teve alguma vez que se referir a Wassef como anjo, ela não respondeu. "Bom, essa pergunta eu prefiro não responder."

A advogada disse ainda que não sabia responder se Frederick Wassef visitava Queiroz em Atibaia, e que ela nunca esteve com o senador Flávio Bolsonaro, de quem Wassef era advogado até a semana passada. Ana Flávia Rigamonti disse que deixou o escritório de advocacia em dezembro de 2019 por motivos pessoais.

Fonte: G1

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