quinta-feira, agosto 22, 2019

Macron diz que G7 precisa discutir incêndios na Amazônia: 'Crise internacional'

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta quinta-feira (22) em post no Twitter que a cúpula do G7 precisa discutir os incêndios na Amazônia. O encontro está previsto para este fim de semana, em Biarritz, no sudoeste francês.

Emmanuel Macron, presidente da França, discursa durante encontro com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, nesta quinta-feira (22) — Foto: Pascal Rossignol/Pool/Reuters
Emmanuel Macron, presidente da França, discursa durante encontro com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, nesta quinta-feira (22) — Foto: Pascal Rossignol/Pool/Reuters

O presidente Jair Bolsonaro rebateu o comentário do francês algumas horas depois, dizendo que ele "evoca mentalidade colonialista descabida no século XXI".

Macron postou uma foto de um incêndio florestal e chamou as queimadas na Amazônia de "crise internacional" e "emergência".

Foto aérea mostra uma parcela desmatada da Amazônia perto de Porto Velho nesta quinta-feira (22) — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
Foto aérea mostra uma parcela desmatada da Amazônia perto de Porto Velho nesta quinta-feira (22) — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

"Nossa casa queima. Literalmente. A Amazônia, o pulmão de nosso planeta, que produz 20% de nosso oxigênio, arde em chamas. É uma crise internacional", escreveu.

"Membros do G7, vamos nos encontrar daqui a dois dias para falar dessa urgência!", completou Macron.

"Lamento que o presidente Macron busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países amazônicos para ganhos políticos pessoais", respondeu Bolsonaro, também pelo Twitter. "O tom sensacionalista com que se refere à Amazônia (apelando até para fotos falsas) não contribui em nada para a solução do problema", acrescentou o presidente brasileiro.

A foto postada por Macron é bem antiga. Ela foi feita pelo fotógrafo Loren McIntyre, que morreu em 2003. Ele esteve na Amazônia em expedições desde a década de 70, quando trabalhou para a National Geographic. McIntyre publicou um livro na década de 90 sobre a Amazônia. A imagem está à venda no banco de imagens Alamy.

Bolsonaro disse ainda que o governo do Brasil segue "aberto ao diálogo", com base em "dados objetivos e no respeito mútuo", mas apontou que a "sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G7 sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século XXI".

O G7 é composto pelos seguintes países:

Alemanha
Canadá
Estados Unidos
França
Itália
Japão
Reino Unido
Araújo diz que discute tema com a França
Momentos antes da publicação de Macron, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse durante reunião em Campo Grande (MS) que o Itamaraty vai criar um grupo de trabalho com a França para discutir a questão do desmatamento na Amazônia.

"As autoridades sabem qual é o nosso compromisso, com a França nós já combinamos de criar um grupo de trabalho para troca de informações, para que possamos dar as informações mais atuais sobre os esforços de combate ao desmatamento", afirmou.
Em um comunicado em separado – que não cita o anúncio de Araújo – o chanceler francês, Jean-Yves Le Drian afirmou que a França vai investir 9 milhões de euros em um projeto de cooperação sobre a Amazônia com países da América do Sul. O lançamento está previsto para "o início de 2020".

Secretário-geral da ONU cobra proteção
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse nesta quinta-feira estar profundamente preocupado com os incêndios florestais na floresta amazônica. Ele reforçou que não podemos mais arcar com os danos para uma das maiores fontes de oxigênio e biodiversidade.

Fonte; G1

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