O presidente Jair Bolsonaro disse, na manhã desta segunda-feira (20), que o Brasil é "um país maravilhoso" e que o grande problema "é a nossa classe política".
"É um país maravilhoso que tem tudo para dar certo, mas o grande problema é a nossa classe política. É 'nós' [Wilson] Witzel, 'é nós' Crivella, sou eu Jair Bolsonaro, é o Parlamento em grande parte, é a Câmara Municipal, a Assembleia Legislativa. Nós temos que mudar isso. Não existe maior satisfação para um político do que ser reconhecido em qualquer lugar, do Brasil ou fora do Brasil. Ser reconhecido pelo lado bom. Temos que mudar o destino do Brasil."
Acompanhado pelo governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, Bolsonaro participou de cerimônia na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
Bolsonaro vem enfrentando dificuldades no relacionamento com o Congresso. Líderes partidários atribuem à falta de articulação política derrotas sofridas pelo governo, entre as quais a pretensão da comissão da reforma da Previdência de modificar a proposta enviada pelo Executivo.
Também a transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça para o da Economia; a convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para explicar ao plenário da Câmara cortes no orçamento da pasta; as medidas provisórias prestes a vencer e que se acumulam sem votação pelos parlamentares.
Durante o evento, Bolsonaro também falou a reforma da previdência, sugerindo que caso a Câmara dos Deputados ou o Senado Federal tenham propostas melhores, "que coloquem em votação".
O presidente também disse considerar que "não há brigas entre os poderes" e que o que ele mais quer é "conversar".
Argentina e Venezuela
Ao falar sobre a relação do Brasil com outros países da América do Sul, o presidente disse à plateia que deveria haver preocupação com a Argentina, que segundo ele estaria "voltando para as mãos da senhora Cristina Kirchner".
"Preocupem-se primeiro com a Argentina, que está voltando para as mãos da senhora Cristina Kirchner. Vamos ter outra Venezuela ao sul da América do Sul? Nós devemos nos preocupar com isso e mais alguma coisa", declarou.
O presidente também justificou a aproximação com os Estados Unidos afirmando que o Brasil deve ser aproximar "de quem é melhor do que nós".
"Quando me criticam por estar me aproximando dos Estados Unidos, eu respondo: 'Querem que me aproxime de quem? De Venezuela, de Cuba, da Bolívia?'. Com todo o respeito aos nacionais que estão lá, que em grande não têm culpa da situação que se encontra, mas devemos nos preocupar conosco e nos aproximarmos de quem é melhor do que nós."
Bolsonaro recebe medalha na Firjan — Foto: Reprodução TV Globo
'Churrasquinho de gato'
Ainda sobre a política externa brasileira, Bolsonaro criticou a proximidade de governos anteriores com países como Venezuela, Cuba e Bolívia e, ao exemplificar o que seriam essas más relações, o presidente as associou com "comer churrasquinho de gato" toda noite.
"Me desculpem até aqui o linguajar, mas um dia um colega chegou para mim e falou: 'Minha filha se envolveu com quem não presta', e eu perguntei para ele: 'Qual é o teu círculo de amizade? É comer churrasquinho de gato com ela toda noite? Não poderia acontecer algo de diferente'", disse.
"Sempre foi o círculo de amizade do Brasil ao longo das últimas décadas [países como Venezuela, Cuba e Bolívia]. Quero, sem desmerecer os mais pobres, me aproximar de países que podem trazer vantagens pra nós", complementou o presidente.
Geração de emprego e ditadura
Bolsonaro também cobrou da classe política mais empenho para que empresários tenham sucesso. O presidente também traçou um paralelo entre o momento atual e o período da ditadura militar, afirmando que naquele tempo "o desemprego era perto de zero".
"O que falta pro Brasil ou o Rio de Janeiro deslanchar? Falta nós – presidente, governador, prefeito – empenharmos ainda mais do que estamos empenhando para que os senhores [empresários] tenham sucesso. Para que os senhores produzam realmente aquilo do interesse de nós, que gere empregos, que gere renda, agindo dessa maneira, como ocorria no período militar 64-85, onde desemprego era perto de zero, a violência diminuirá também. A pessoa que está ocupada não está na rua."
Fonte: G1
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