O comitê executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou nesta quarta-feira (20) o acordo de financiamento de três anos no valor de US$ 50 bilhões para a Argentina.
A decisão do FMI permite que o país tenha acesso imediato a US$ 15 bilhões, de modo que metade deste montante seja destinada para reforçar o orçamento.
Segundo o Fundo, os outros US$ 35 bilhões da ajuda prevista serão disponibilizadas dentro da duração do acordo. Este valor estará sujeito a revisões trimestrais pelo comitê executivo.
No comunicado, o FMI informou que o acordo pretende fortalecer a economia argentina e restaurar a confiança do mercado por meio de um sistema macroeconômico consistente que reduza a necessidade de financiamento e coloque a dívida do país em trajetória de queda.
Ainda de acordo com o órgão, o acordo objetiva reduzir a inflação ao estabelecer metas mais realistas e reforçar a independência do Banco Central do país. "O plano inclui passos para proteger a camada mais vulnerável da sociedade ao manter os gastos sociais, se as condições sociais piorarem, ao permitir mais gastos no sistema de seguridade argentino", declarou o FMI.
Crise na Argentina
Pouco mais de dois anos depois de encerrar a disputa com os chamados “fundos abutres”, a Argentina se viu agora diante de um novo impasse financeiro. Com sua moeda despencando, o país subiu a taxa de juros ao maior patamar do mundo, consumiu boa parte de suas reservas em dólares, buscou ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) e agora tenta buscar a confiança de investidores para evitar uma nova corrida cambial.
O custo desse acúmulo de problemas acaba pesando diretamente no bolso dos argentinos. A expectativa é de disparada de inflação, superando as projeções iniciais. Além disso, o crescimento da economia do país neste ano deve ser menor que o previsto. O ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, admitiu que "a Argentina terá mais inflação e menos crescimento num curto prazo".
Em Buenos Aires, manifestante segura cartaz contra o novo pedido de ajuda da Argentina ao FMI (Foto: Martin Acosta/Reuters)
Nesse cenário, a popularidade do presidente Mauricio Macri despencou, com o percentual de cidadãos que fazem avaliação negativa de seu governo passando para 62,7% (contra 37,7% de aprovação).
A crise levou o governo argentino a pedir uma linha de crédito ao FMI, com juros mais baixos que captar dinheiro no mercado.
O pedido gerou controvérsia, já que o próprio ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, havia prometido que o país não faria mais dívidas com o FMI. Agora, ele diz que o objetivo é “reagir da melhor maneira para cuidar da Argentina e especialmente dos mais carentes”.
Argentinos participam de protesto contra as negociações do governo com o FMI, em Buenos Aires, na quinta-feira (17) (Foto: Eitan Abramovich/AFP)
Fonte: G1
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