A saída de dólares do Brasil superou o ingresso em US$ 3,940 bilhões em março, informou o Banco Central nesta quarta-feira (4).
Foi o segundo mês seguido de saída de recursos do país. Em fevereiro, US$ 1,454 bilhão havia deixado a economia brasileira.
A entrada de dólares se dá quando investidores enviam dinheiro ao Brasil para pagar por compra de produtos brasileiros ou para realizar aplicações financeiras e investimentos em empresas, por exemplo.
O dólar sai quando esses investidores retiram recursos do Brasil para, normalmente, aplicar em outros países, ou para pagar pelas importações realizadas. Essas operações ocorrem por meio de remessas feitas por bancos contratados por esses investidores.
No acumulado deste ano, porém, ainda foi registrada mais entrada do que saída de recursos. Até a última sexta-feira (29), o ingresso de dólares no país superou a retirada em US$ 2,669 bilhões, de acordo com dados oficiais.
Impacto no dólar
A saída de dólares favorece, em tese, a alta da moeda norte-americana em relação ao real. Isso porque, com menos dólares no mercado, seu preço tende a subir.
No mês passado, de fato, o dólar registrou valorização. No fim de fevereiro, a moeda norte-americana estava em R$ 3,242 e, no fechamento de março, estava cotada a R$ 3,30 - aumento de 1,85%. Nesta quarta-feira (4), por volta das 13,h20, operava ao redor de R$ 3,350.
Acompanhe aqui a cotação do dólar
Segundo analistas de mercado, além do fluxo de dólares, outros fatores influenciam a cotação da moeda, como o cenário político interno e externo e o processo gradual de alta dos juros nos EUA, que tende a atrair capital para aquela economia.
O dólar é negociado em alta nesta quarta, com os investidores optando pela cautela antes do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) do habeas corpus pedido pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O movimento de alta nesta quarta-feira também é influenciado pela tensão entre Estados Unidos e China, depois que Pequim respondeu rapidamente aos planos norte-americanos de adotar tarifas sobre US$ 50 bilhões em bens chineses, retaliando com uma lista de taxas similares sobre importações dos Estados Unidos.
Interferência do BC
Outro fator que influencia a cotação do dólar são as operações de swap cambial, que funcionam como uma venda futura de dólares, ou de "swaps reversos", que funcionam como uma compra de dólares no mercado futuro.
Nestas operações, o BC faz oferta de dólares para tentar controlar a cotação da moeda e impedir grandes oscilações. Além disso, essas operações servem para oferecer garantia (hedge) a empresas contra a valorização do moeda.
O Banco Central não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio, por ora. Em maio, vencem US$ 2,565 bilhões em swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares.
Fonte: G1
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