Dois meninos sul-coreanos brincam em um tanque norte-coreano T-59, relíquia da Guerra da Coreia, em Seul, em foto de 27 de dezembro de 1994 (Foto: Paul Barker/Reuters)
O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, acredita que seu encontro com o líder norte-coreano Kim Jong-Un pode ser um passo significativo para decretar o fim da Guerra da Coreia, mas diz que isso só poderá ocorrer de fato após a desnuclearização da península. E isso, acrescenta, depende muito dos rumos do diálogo que Kim terá com presidente dos EUA, Donald Trump, em breve.
A Guerra da Coreia aconteceu na década de 1950 e durou, na prática, apenas três anos. Mas, teoricamente, não terminou até hoje. Os dois países concordaram com uma trégua que já dura 65 anos, mas nunca declararam oficialmente o fim do conflito.
Inicialmente um único país, a Coreia estava ocupada pelo Japão durante a II Guerra Mundial e, após sua rendição, em 1945, foi temporariamente dividida entre os dois principais líderes aliados.
Desta forma, a União Soviética ficou com as tropas nipônicas que estavam acima dos 38 graus de latitude, no que se tornou a Coreia do Norte, que adotou o regime comunista. A Coreia do Sul, influenciada pelos Estados Unidos, continuou seguindo o modelo capitalista. A maior parte das tropas estrangeiras, porém, deixou as duas Coreias em 1949.
Invasão
Em 25 de junho de 1950, soldados da Coreia do Norte invadiram a Coreia do Sul, visando ampliar seu território. Dois dias depois, um grupo de 16 países, liderados pelos EUA, atendeu a um pedido da ONU e enviou soldados para apoiar o Sul.
Em 25 de novembro do mesmo ano, a China enviou 180 mil soldados para apoiar a Coreia do Norte e, em 31 de dezembro, meio milhão de soldados chineses e norte-coreanos lançaram uma segunda invasão à Coreia do Sul. No entanto, bombardeios aéreos conseguiram deter seu avanço.
A guerra durou três anos e a estimativa é de que 4 milhões de pessoas morreram durante esse período, em sua maioria civis. O fim dos combates só aconteceu quando Dwight Eisenhower assumiu a presidência dos Estados Unidos, em 1952, e aumentou o tom das ameaças, sugerindo que poderia recorrer a armas nucleares.
Grupo de soldados chineses que combateu na Guerra da Coreia é visto em foto mostrada pelo veterano Yu Jihua em 25 de abril, em Xangai, na China (Foto: AFP)
Em 28 de março de 1953, China e Coreia do Norte aceitaram os termos de uma proposta de cessar-fogo oferecida pelas Nações Unidas, e em 27 de julho daquele ano foi assinada a trégua, válida até hoje.
Prisioneiros dos dois países foram trocados, mas centenas de famílias permaneceram divididas após o encerramento do conflito, e apenas alguns raros e breves encontros foram promovidos desde então. O último aconteceu em 2015 e reuniu pais, filhos e irmãos que não se viam há 60 anos, muitos em idade bastante avançada.
Zona Desmilitarizada
Um dos pontos do acordo de 1953 estabeleceu a criação da Zona Desmilitarizada da Coreia (ZDC), uma faixa de segurança com 4 km de largura e 238 km de comprimento que protege o limite territorial entre os dois países.
Na ZDC fica o vilarejo de Panmunjom, local onde foi assinado o cessar-fogo e chamado de 'o lugar mais tenso do mundo'. Ali, soldados dos EUA colaboram com sul-coreanos na vigilância, onde encaram diretamente os soldados norte-coreanos que ficam do outro lado da fronteira.
Segundo a BBC, por muitos anos, o local não foi mais do que um ponto de tensão no Paralelo 38, que serve para demarcar a fronteira entre as duas Coreias. Com o passar do tempo, Panmunjom também virou um dos muitos lugares onde centenas de norte-coreanos foram mortos tentando desertar para o sul.
Fonte: G1
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