Investigadores recuperaram a caixa-preta do avião que caiu enquanto tentava aterrissar no aeroporto de Katmandu, no Nepal, matando 49 pessoas e deixando 22 feridas, na segunda-feira (12). A US-Bangla Airlines, proprietária do avião, suspeita que uma falha da torre de comando provocou o acidente.
O presidente-executivo da companhia aérea, Imran Asif, citou uma transcrição da conversa de rádio com a torre que foi divulgada pelo site alemão de segurança aérea, o JACDEC.
"Nós suspeitamos que os sinais errados da sala de controle de tráfego aéreo de Katmandu possam ter levado ao acidente", disse Asif a repórteres na segunda-feira (12), segundo a Reuters. "Uma conversa de três minutos entre o piloto e o controle de tráfego aéreo antes do pouso indicou que eles enviaram um sinal errado para o piloto", afirmou.
O representante da Avição Civil nepalesa Sanjiv Gautam não confirmou a transcrição e disse que a divulgação desses diálogos são ilegais.
Piloto experiente
A companhia US-Bangla Airlines defendeu o piloto, que morreu no acidente, dizendo que ele desembarcou mais de 100 vezes em Katmandu e tinha mais de 5 mil horas de de voo. O capitão Abid Sultan é um ex-piloto da Força Aérea de Bangladesh. O porta-voz da empresa ainda lembrou que o vento e as colisões com aves são perigos frequentes no aeroporto da capital nepalesa.
A companhia aérea também negou um relatório da mídia de que a aeronave tinha derrapado na pista durante um voo doméstico em 2015.
Foto mostra parte de avião da US-Bangla Airlines que caiu no aeroporto de Katmandu, no Nepal, nesta segunda-feira (12) (Foto: Navesh Chitrakar/Reuters)
A aeronave, uma Bombardier Q400, decolou de Dacca, capital de Bangladesh, com 71 pessoas – 67 passageiros e quatro tripulantes. Não havia brasileiros entre os passageiros: 32 eram de Bangladesh, 33 do Nepal, um da China e um das Maldivas.
Basanta Bohora, funcionário da empresa de turismo Raswita International Travels and Tours, é um dos sobreviventes.
Basanta Bohara, de 27 anos, sovrevivente do acidente de avião no aeroporto de Katmandu, no Nepal, é visto em hospital ao lado de familiares na segunda-feira (12) (Foto: Reuters/Navesh Chitrakar)
Ele diz que havia 16 nepaleses que trabalhavam em diversas companhias do setor a bordo, retornando de um treinamento em Bangladesh.
Ele afirma não se lembrar do momento do acidente, apenas que foi levado a um hospital e depois transferido para outro. “Tive ferimentos na cabeça e nas pernas, mas tenho sorte por ter sobrevivido à provação”, disse ao jornal “Kathmandu Post”.
Insegurança no tráfego aéreo
A queda do avião da companhia aérea bengalesa US-Bangla está longe de ser um incidente isolado, mas a tragédia foi a pior no país desde o acidente com uma aeronave Pakistan International Airlines (PIA) que matou 167, em 1992.
O país tem um histórico de segurança aérea precária. Todas as companhias aéreas do país estão proibidas de operar na União Europeia porque os europeus não confiam no órgão regulador do transporte aéreo nepalês, como informa o jornal britânico "Independent".
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!