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domingo, fevereiro 11, 2018

Segovia liga para Barroso, dá primeiras explicações e marca encontro para o dia 19

O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, telefonou neste sábado (10) para o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), para dar as primeiras explicações sobre a entrevista concedida à agência Reuters. Durante a ligação, os dois agendaram um encontro para o próximo dia 19.

À agência de notícias, Segovia comentou o andamento do inquérito em que o presidente Michel Temer é investigado por supostamente beneficiar uma empresa privada na edição de um decreto sobre o setor de portos.

O diretor disse, por exemplo, segundo a Reuters, que a tendência é a PF pedir o arquivamento das investigações.

O inquérito tramita no Supremo e é supervisionado por Barroso, que intimou Segovia a dar explicações sobre as declarações à Reuters.

Durante a conversa pelo telefone neste sábado, Segovia disse a Barroso que as declarações foram mal interpretadas e, por isso, levará a transrição da entrevista ao ministro.

Repercussão
As declarações de Segovia à Reuters geraram intensa repercussão neste sábado. Os delegados da Lava Jato que atuam no STF, por exemplo, divulgaram a seguinte mensagem:

"Os integrantes do Grupo de Inquéritos da Lava Jato no STF informam que a manifestação do Diretor Geral da Polícia Federal que está sendo noticiada pela imprensa, dando conta de que o inquérito que tem como investigado o Presidente da República tende a ser arquivado, é uma manifestação pessoal e de responsabilidade dele. Ninguém da equipe de investigação foi consultado ou referenda essa manifestação, inclusive pelo fato de que em três de anos de Lava Jato no STF nunca houve uma antecipação ou presunção de resultado de Investigação pela imprensa."

No meio político, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), por exemplo, disse que a fala de Segovia foi "totalmente lamentável".

"Não é uma declaração à altura de quem ocupa o cargo diretor-geral da Polícia Federal. A instituição tem conquistado o respeito e confiança dos brasileiros pela sua postura, pelo seu trabalho. A declaração de Segovia ofende a instituição. Por sorte, essa declaração do diretor-geral da PF não tem validade nenhuma porque a responsabilidade de denunciar ou não quem quer que seja cabe ao Ministério Público", afirmou.

Responsável pela interlocução do Planalto com o Congresso Nacional, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB-MS), avaliou que Segovia "verbalizou o óbvio".

"Não tem prova, não tem indício e não há fato. É o inquérito Gasparzinho. Ele expressou a inexistência de provas e indícios a respeito de qualquer ato ilícito do presidente neste caso. Sem indícios encontrados pela investigação, o caminho natural é o arquivamento. A postura do diretor não pode ser a de bancar um inquérito sem provas apenas para incentivar a confusão por razões políticas. A postura correta é se colocar ao lado da verdade e dos fatos. Não vejo nenhum tipo de conduta reprovável".

Fonte: G1

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