O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quinta-feira (15) que líderes de direita da América Latina mostraram intolerância ao tentarem excluí-lo de uma cúpula em Lima, que prometeu ir de qualquer maneira.
O governo de centro-direita do Peru informou nesta semana que Maduro não é bem-vindo na Cúpula das Américas, em 13 e 14 de abril, reforçando seu crescente isolamento diplomático em um momento de forte repressão sobre dissidentes e uma crise econômica brutal na Venezuela.
“Vocês têm medo de mim? Não querem me ver em Lima. Vocês irão me ver. Porque faça chuva ou faça sol, por ar, terra, ou mar, eu irei participar da Cúpula das América”, disse Maduro durante uma entrevista coletiva a jornalistas estrangeiros, segundo a Reuters.
Maduro também disse que o presidente de centro-direita da Argentina, Mauricio Macri, deveria convocar um encontro da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) com ele.
“Convoque um encontro, ouse, não tenha medo de mim, presidente Macri”, disse Maduro. “Se vocês querem falar sobre a Venezuela, vamos falar sobre a Venezuela.”
Críticos ao governo dizem que Maduro há anos tem se recusado a escutar conselhos de que deveria reformar a economia em colapso da Venezuela, que provocou escassez de alimentos e remédios, hiperinflação, fome e retorno de doenças no passado controladas. Críticos também dizem que Maduro se recusa a reconhecer a extensão do sofrimento humanitário na Venezuela, sendo então inútil se reunir com ele.
Maduro diz que governos regionais de direita são parte de uma conspiração internacional liderada pelos Estados Unidos para derrubá-lo e tomar controle dos recursos de petróleo do país membro da Opep.
“Eles são os governos mais impopulares do planeta”, disse, citando Argentina, Colômbia e Peru.
'Atitude agressiva'
Após a declaração de Maduro, o governo peruano voltou a afirmar que o presidente venezuelano não será recebido no país.
"Um chefe de Estado não chega a um país sem um convite, então ele não pode pisar no solo peruano sem um convite", disse a chefe de gabinete peruana, Mercedes Aráoz.
"É uma atitude agressiva. Nem o solo peruano, nem o mar peruano, nem o ar peruano podem ser invadidos por uma força estrangeira", disse Aráoz em coletiva de imprensa em Chiclayo.
"É uma decisão compartilhada pelo Grupo de Lima e é uma política de Estado, porque essa foi a opinião do presidente (Pedro Pablo) Kuczynski", acrescentou, de acordo com a AFP.
Fonte: G1
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