quarta-feira, janeiro 17, 2018

Bombeiros fazem buscas em templo investigado por suposto ritual com morte de duas crianças

Bombeiros trabalham em buscas no templo investigado por suposto ritual com morte de crianças no RS (Foto: Fernando Gomes/Agência RBS)Buscas são realizadas no templo satânico investigado no Rio Grande do Sul por suposto ritual com morte de duas crianças. O local fica no bairro Morungava, em Gravataí, na Região Metropolitana. Conforme a Companhia Especial de Busca e Salvamento (CEBS), com sede em Porto Alegre, o trabalho é para buscar possíveis corpos.

A Polícia Civil também participa, mas disse que não daria informações. O inquérito sobre o caso segue em andamento, e o prazo para a conclusão da investigação foi prorrogado.

O Corpo de Bombeiros já atuou no local na terça-feira (16), quando nada foi encontrado, conforme o CEBS. Cães farejadores são usados na operação, além de uma retroescavadeira.

O líder do templo, Silvio Fernandes Rodrigues, é apontado como autor do suposto ritual, e está preso desde 27 de dezembro. Ele teve o pedido de liberdade negado pela Justiça, mas a defesa diz que vai recorrer.

Também estão presos dois empresários, que teriam contratado o ritual, e um ajudante de um deles. Outras três pessoas são consideradas foragidas porque já tiveram suas prisões preventivas decretadas.

A investigação começou após corpos terem sido encontrados em sacos plásticos em um matagal na cidade de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, em setembro do ano passado.

Após a primeira descoberta, mais partes foram encontradas, a cerca de 500 metros do primeiro lugar. As cabeças das vítimas ainda não foram localizadas.

Presos

Silvio Fernandes Rodrigues, líder do templo e apontado como autor do ritual;
Jair da Silva, sócio que encomendou o ritual;
Andrei Jorge da Silva, um dos filhos de Jair;
Márcio Miranda Brustolin, o sétimo integrante do ritual. Conforme o delegado, são necessárias sete pessoas.
Foragidos

Jorge Adrian Alves, argentino que teria feito a troca do caminhão roubado pelas crianças no país vizinho;
Anderson da Silva, outro filho do sócio que encomendou o ritual;
Paulo Ademir Norbert da Silva, outro sócio do ramo imobiliário.

O caso
Os corpos das crianças foram encontrados em setembro de 2017 às margens de uma estrada em Novo Hamburgo. Exames de DNA indicam que eles são irmãos por parte de mãe, um menino de 8 anos, e uma menina de 12.

Corpos estavam em caixa de papelão e sacos plásticos em matagal em Novo Hamburgo (Foto: Polícia Civil/Divulgação)
Corpos estavam em caixa de papelão e sacos plásticos em matagal em Novo Hamburgo (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

A perícia apontou ainda que uma das crianças tinha ingerido uma grande quantidade de álcool, 14 vezes maior que o nível de embriaguez. Outras perícias ainda são aguardadas.

No dia 27 de dezembro foi preso o líder do templo satânico, apontado como responsável pelo ritual, e outros dois homens, e em janeiro foi preso o quarto suspeito. A polícia acredita que dois empresários pagaram R$ 25 mil por um ritual de prosperidade no qual as crianças teriam sido mortas.

As duas vítimas seriam argentinas, suspeita que surgiu devido ao fato de que não foram encontrados registros de DNA compatíveis com as crianças no Brasil.

Os crânios das crianças ainda não foram localizados, e a identidade delas ainda não foi determinada. Como um dos suspeitos seria de origem argentina, a polícia acredita que as crianças possam ter sido trazidas do país vizinho, mas isso ainda não foi confirmado.

A polícia não encontrou vestígios de sangue das crianças no templo, e ainda não tem certeza de onde elas teriam sido mortas. Um osso foi encontrado no sítio, mas a perícia ainda não determinou se seria de um animal ou de uma pessoa.

A polícia também aguarda o retorno sobre pedidos de quebra de sigilo telefônico nos aparelhos apreendidos com os presos. A investigação segue sob sigilo. Até o momento, foram divulgados o teor do depoimento de duas testemunhas, uma delas incluída no sistema de proteção de testemunhas. Vizinhos do templo negam que houvesse sacrifício de animais ou de pessoas durante os rituais, assim como a esposa do líder.

As quatro pessoas já presas negam que se conheçam e que tenham participado do ritual.

Fonte: G1

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