Vice-líder do governo na Câmara, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) afirmou nesta terça-feira (3), no Palácio do Planalto, que o presidente Michel Temer está conversando com parlamentares para apresentar sua defesa sobre a segunda denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR).
Acusado pelos crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa, Temer promove uma maratona de reuniões com deputados nesta terça.
A versão atualizada da agenda divulgada pela assessoria do Planalto registra que o presidente deve receber 50 deputados ao longo do dia. Essa romaria, conforme apurou o G1, faz parte da articulação do governo para barrar a denúncia, a exemplo do que ocorreu na primeira acusação da PGR, por corrupção passiva.
Como a acusação envolve o presidente da República, a Câmara dos Deputados precisa autorizar o Supremo Tribunal Federal a discutir o caso. A denúncia passa por uma análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, mas a palavra final é do plenário – ao menos 342 dos 513 deputados devem dar o aval pelo prosseguimento em votação nominal.
Ao sair do Planalto, Beto Mansur afirmou a jornalistas que esteve com Temer e que tem apresentado projeções de votos.
Questionado sobre como o governo pode negociar com os deputados, o vice-líder disse que o presidente está “explicando” sua defesa e não liberando emendas, já que a legislação impõe a liberação para todos os parlamentares.
“É lógico que o governo está conversando, também, e o próprio presidente da República tem a sua agenda cheia, conversando com os parlamentares, explicando sobre a sua defesa, e não liberando emendas”, disse.
Beto também comentou a previsão de placar para análise da denúncia na CCJ. Conforme sua projeção, o governo vai repetir os 41 votos obtidos na discussão da acusação por corrupção passiva, em junho.
“Temos um levantamento e devemos repetir o mesmo número de votos que nós tivemos na outra votação da primeira denúncia, pelo arquivamento dela”, afirmou.
Beto destacou que a troca realizada pelo PR na CCJ ajuda o governo a alcançar essa marca. Nesta terça, o partido inverteu as posições de dois deputados na comissão para garantir um voto a favor de Temer.
Edson Moreira (PR-MG), que era suplente, vai ocupar a vaga de Jorginho Mello (PR-SC), que na primeira denúncia, votou contra o presidente.
Reuniões
Líder do PSD na Câmara, o deputado Marcos Montes (MG) esteve com Temer durante a tarde para discutir a denúncia. Ao G1, ele afirmou que apresentou o “humor” da bancada, que “piorou” na comparação com a votação anterior.
“Até por uma questão de lealdade, eu passei ao presidente que o humor da bancada piorou e que o PSD pode ter menos votos favoráveis ao presidente do que teve na primeira denúncia”, disse.
Na acusação por corrupção passiva, o PSD registrou 22 votos favoráveis a Temer e 14 contrários. Montes acredita que cerca de seis colegas podem mudar de posição, reduzindo os votos do governo.
Segundo o líder, Temer afirmou que sua equipe vai procurar os deputados do PSD para contornar as insatisfações. O presidente, ainda de acordo com o deputado, reforçou os argumentos de defesa, dizendo ser perseguido pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Fonte: G1
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