O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reagiu a críticas do núcleo do Palácio do Planalto durante conversa com o Blog.
O grupo mais próximo de Temer tem demonstrado preocupação com atitudes recentes de Maia, que tem feito falas duras em relação ao governo. Segundo revelou o Blog, para o Planalto, Maia está "superdimensionando" episódios considerados do cotidiano da política. Mas ele rebate.
“As minhas atitudes concretas não podem deixar o governo preocupado”, disse Maia.
No governo, há cuidado para evitar um confronto aberto com Maia, principalmente na véspera da votação da segunda denúncia contra o presidente da República no plenário da Câmara. A sessão será presidida por Rodrigo Maia.
“Como você quer que seja o tom do presidente da Câmara quando o presidente da República decide desistir de uma medida provisória que ele dizia que era relevante e urgente? E como você quer o tom do presidente da Câmara quando o advogado do presidente, que não leu os arquivos da denúncia, diz que é um ato criminoso? E explico o que aconteceu, e mesmo assim ele não recua. Eu defendo os servidores ou aceito a denúncia do advogado? Só isso! Enquanto é para defender a instituição, eu defendo a Câmara. Não sou apêndice do Poder Executivo. Apenas isso. Aliado é uma coisa, funcionário é outra.”
Segundo Maia, não há motivos para temor do Planalto. Ele diz que o próprio presidente Michel Temer "desistiu da MP" de interesse do Banco Central que autorizava os acordos de leniência com instituições financeiras.
"A Câmara deu uma solução", lembrou Maia, depois que o governo agiu para esvaziar o quórum da sessão que votaria a medida provisória na semana passada.
Ele também lembrou outro episódio que poderia atrasar a tramitação da denúncia contra Temer na Câmara.
"Na terça, a base não colocou quórum até as 9h30. A sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) poderia ter ficado para quarta. Abri outra sessão às 9h40 para garantir a quinta sessão e o início do debate", recordou Maia.
Segundo apurou o Blog, o presidente Temer demonstrou a interlocutores surpresa e contrariedade com a reação do presidente da Câmara de divulgar uma nota pública para afirmar que o Planalto disseminou uma "falsa versão" sobre o encontro entre os dois. Apesar da irritação, Temer orientou a equipe dele a não polemizar publicamente com Maia.
Fonte: G1
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