A venda de Pedro Rocha ao Spartak Moscou, da Rússia, por 12 milhões de euros (cerca de R$ 45 milhões) tem causado polêmica. Isso porque o Clube Atlético Diadema diz ter direito a 30% dos direitos econômicos. Já o Grêmio defende ter a totalidade. O time do ABC promete recorrer à Justiça caso não receba o dinheiro da equipe gaúcha.
De acordo com o UOL Esporte, uma cláusula do contrato que o Grêmio assinou com o CAD em 2014 prevê que seriam repassados 30% de uma venda do atacante que ocorresse até 31 de dezembro de 2015.
Jackson de Carvalho, presidente do Diadema, alega que o time gaúcho comprou 70% dos direitos econômicos do jogador por R$ 400 mil e 100% dos direitos federativos.
"O Grêmio está mostrando uma parte do contrato. Eles deveriam fazer isso em juízo caso for preciso. Temos uma relação muito boa com o clube. Temos provas e documentos, e-mail, troca de mensagens com o presidente e o vice. No final de 2016, eles fizeram uma proposta para comprar mais 10% e não quisemos vender. Por isso, acho estranho", falou Jackson, ao ESPN.com.br.
O presidente já tem planos de como irá investir o dinheiro, caso ele chegue aos cofres do CAD.
"Pretendemos estruturar ainda mais a nossa base, construir um CT e dar mais condições aos atletas. Apesar de sermos da 4ª divisão Paulis, temos coisas que clubes da Série A do Brasileiro não tem. Nosso clube é focado na formação de jogadores".
Essa briga pode comprometer a parceria entre as equipes. "Temos mais um jogador no sub-20 do Grêmio chamado Jádson. Ele é centroavante e com pouco tempo já subiu ao profissional com o Renato Gaúcho", falou Jackson.
Dispensa do São Paulo
Pedro foi descoberto por olheiros do São Paulo quando jogava em escolinhas em Vitória, Espírito Santo. No time do Morumbi, o garoto passou três anos (entre 2005 e 2008) e atuou ao lado de jogadores como Ademílson, Rodrigo Caio e Casemiro.
"Quando eu ia morar no alojamento em Cotia o São Paulo me dispensou. Foi nessa época que com 14 anos eu pensei em desistir do futebol. Voltei para minha cidade e fui morar em casa de novo", contou o ex-atacante gremista, ao ESPN.com.br, em 2016.
Alguns meses depois, Pedro foi tentar a sorte em outro time. "Fui morar na casa da minha tia e passei no teste no Clube Atlético Diadema no sub-17", disse o atacante.
O atual presidente do Diadema recorda que o jovem precisava ser lapidado. "No começo ele era muito rápido e tinha um pouco de dificuldade por perder muitos gols. Mas com o tempo ele foi aperfeiçoando isso ficou muito bom", recordou.
"É um menino de cabeça boa e tranquilo. Ele é bem focado e família mesmo. Nunca foi de balada e sempre foi bom aluno na escola. Um garoto bem dedicado. Lembro de um jogo que ele foi decisivo contra o Santos em Diadema que nós vencemos", disse Jackson.
A equipe do ABC Paulista, que não tinha um time profissional à época, fez uma parceria com o Juventus. Pedro Rocha jogou a Série A2 do Campeonato Paulista, Copa Pulista e Copa São Paulo de futebol júnior pelo "Moleque Travesso".
"Saímos nas oitavas de final para o Grêmio e fui bem, acho que depois disso eles ficaram de olho em mim. Joguei pelo profissional naquele ano na Copa Paulista e fiz uns gols", falou Pedro.
Além do time gaúcho, Jackson de Carvalho diz que outras equipes se interessaram pelo atleta.
"O Palmeiras e Red Bull Brasil também vieram atrás. Nós optamos pelo Grêmio porque é um time sério. A proposta era muito boa e a visibilidade é muito grande. Eles ofereceram um plano de carreira que seria muito bom para o Pedro", observou o presidente.
Em 2014, o atacante foi emprestado ao Grêmio para jogar o Brasileiro e o Campeonato Gaúcho da categoria Sub-20. Após se destacar, ele foi comprado pelo time tricolor. O jovem subiu ao time principal pelas mãos do treinador Luis Felipe Scolari, em 2015.
Em duas temporadas e meia em Porto Alegre, Pedro Rocha foi campeão da Copa do Brasil de 2016. Ele fez 32 gols em 126 jogos.
Fonte: ESPN
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