O prefeito de Bayeux - cidade da Grande João Pessoa-, Berg Lima (Podemos), foi preso em flagrante na tarde desta quarta-feira (5), em ação realizada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), pelo crime de corrupção passiva e peculato. O recebimento do dinheiro foi filmado, e o vídeo mostra um empresário fornecedor da prefeitura de Bayeux contando o dinheiro, que soma R$ 4 mil, e entregando ao prefeito.
A assessoria de imprensa de Berg Lima enviou uma nota à imprensa, na qual ele diz estar sendo “vítima de uma armação política". A Prefeitura de Bayeux ainda não se manifestou sobre o caso.
As informações são do promotor de Justiça e coordenador do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba, Octávio Paulo Neto.
Berg Lima foi detido em um restaurante, que seria do fornecedor que pagou a suposta propina. O dinheiro foi apreendido com o prefeito. Veja no vídeo acima.
O gestor foi preso e levado para a sede do Gaeco e, em seguida, para a Central de Polícia, em João Pessoa. Segundo o delegado Lucas Sá, titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações de João Pessoa (DDF), o prefeito preferiu ficar em silêncio durante o depoimento. Ele deve passar por uma audiência de custódia ainda nesta quarta-feira.
O dinheiro seria uma contrapartida para que o empenho do empresário fosse liberado. Nas imagens, após a contagem do dinheiro, o prefeito faz uma ligação para um secretário, solicitando a liberação do empenho.
No diálogo, o fornecedor pede a liberação do empenho. "Me dê uma 'brechinha' para eu trabalhar, homem, eu estou precisando de um fôlego", diz o empresário.
"Coloque num envelope, por favor", pede o prefeito Berg Lima antes de receber o valor da suposta propina.
Segundo o delegado Lucas Sá, não há suspeita de envolvimento de outras pessoas no esquema. Pelos crimes, Berg Lima pode ser condenado a até 24 anos de prisão.
"Todas as negociações tratativas, todos os valores eram pagos diretamente ao prefeito, em espécie e em mãos", explicou o delegado.
Prisão do prefeito Berg Lima
De acordo com informações preliminares do promotor Octávio Paulo Neto, o político estava tentando extorquir o fornecedor da prefeitura e o próprio empresário denunciou as pressões recebidas por parte do poder público. O dinheiro foi escaneado.
Prefeito de Bayeux, Berg Lima, é conduzido à Central de Polícia Civil, na Paraíba (Foto: Walter Paparazzo/G1)
Berg Lima se diz 'vítima de uma armação política'
Em nota à imprensa, o prefeito Berg Lima disse estar sendo “vítima de uma armação política". A Prefeitura de Bayeux ainda não se manifestou.
“Nesta quarta-feira (5), o prefeito de Bayeux, Berg Lima, foi vítima de uma armação política que se utilizou de um empresário inescrupuloso para tentar destruir um mandato obtido por meio da maior votação da história do município. O prefeito confia na Justiça e irá esclarecer os fatos, provando que não praticou qualquer ato ilegal contra o povo e a cidade”, diz a nota.
Empresário foi colaborador premiado
O empresário que filmou o pagamento da suposta propina a Berg Lima foi um colaborador premiado e era “vítima” das “condutas” do gestor, segundo afirmou o delegado Lucas Sá. “O fornecedor, ele não pagou uma simples propina. Na verdade, ele deveria receber esses valores porque foi o vencedor de uma licitação. Então são valores que são devidos a ele, até pela prestação do serviço”, afirmou o delegado.
De acordo com Lucas Sá, o empresário não receberia os valores devidos a ele se não pagasse a suposta propina solicitada pelo prefeito. “Então não existia outra conduta pra ele. Ou pagava a propina ou ficava sem receber e fechada suas empresas. Ele preferiu pagar, mas comunicar os fatos à polícia e possibilitar, então, a prisão do prefeito”, disse.
Prefeito Berg Lima é alvo de pedido de CPI
O prefeito de Bayeux vem enfrentando uma série de denúncias desde o início do ano. Na Câmara Municipal da Cidade, Berg Lima é alvo de um pedido de abertura de CPI. O objetivo da Comissão Parlamentar de Inquérito é a investigação da existência de servidores fantasmas no município.
O pedido de apuração foi feito pelo ex-secretário da Indústria e Comércio da cidade, Ramon Acioly. Ele alega que há servidores na folha de pagamento da prefeitura que nunca compareceram ao trabalho. Outra polêmica dizia respeito à instalação de um presídio federal na cidade. O gestor acabou desistindo do projeto após pressão dos moradores da cidade.
Fonte: G1
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