O advogado do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendine, disse nesta quinta-feira (27) que o cliente dele tinha passagem de volta ao Brasil. Ele iria para Lisboa nesta sexta-feira (28) e voltaria em 19 de agosto, segundo a defesa. Bendine foi preso temporariamente pela 42ª fase Operação Lava Jato nesta manhã suspeito de receber propina do Grupo Odebrecht.
Ao explicar os detalhes da mais recente etapa da operação, o Ministério Público Federal (MPF) do Paraná afirmou que só havia localizado a passagem de ida de Bendine para Portugal. No despacho que autorizou a prisão de Bendine, Moro cita que isso poderia indicar risco de fuga.
As investigações do MPF indicam que, quando comandava o Banco do Brasil, Bendine pediu R$ 17 milhões à Odebrecht para rolar uma dívida da empresa com a instituição, mas não recebeu o valor. Na véspera de assumir a Petrobras, pediu mais R$ 3 milhões para não prejudicar os contratos da estatal com a empreiteira, segundo delatores. O valor foi pago em 2015.
Bendine foi preso em Sorocaba (SP) e chegou à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba no início da tarde. Os outros dois alvos da operação – os irmãos André Gustavo Vieira da Silva e Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior – foram detidos em Recife e também serão levados para Curitiba ainda nesta quinta-feira. André e Antônio são sócios em uma agência de publicidade e são suspeitos de operar a propina para Bendine.
Emissão das passagens
Pierpaolo Bottini, que é o advogado de Bendine, divulgou o ticket da passagem de volta. O bilhete foi expedido em 3 de julho, quase 20 dias depois da instalação de um inquérito contra Aldemir Bendine. Já a compra da passagem de ida é de 31 de maio.
Conforme a cópia do bilhete apresentado pelo advogado, Bendine sairia de Lisboa 11h50 do dia 19 de agosto com destino ao Aeroporto de Viracopos, em Campinas.
Segundo Pierpaolo Bottini, desde o início das investigações o ex-presidente da Petrobras se colocou à disposição para esclarecer os fatos e juntou seus dados fiscais e bancários ao inquérito, demonstrando a regularidade de suas atividades.
"A [prisão] cautelar é desnecessária. É arbitrário prender para depoimento alguém que manifestou sua disposição de colaborar com a Justiça desde o início", declarou Bottini.
Fonte: G1
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