Reportagem do jornal "Folha de S. Paulo" publicada nesta terça-feira (25) afirmou que o jornal soube antecipadamente qual empresa seria vencedora de uma licitação para a publicidade do Banco do Brasil. Ainda segundo a reportagem, a "Folha" foi informada de que houve direcionamento no processo licitatório para favorecer a vencedora.
O contrato, de acordo com jornal, é de R$ 500 milhões, o maior do governo Temer até aqui. A "Folha" relatou que na quinta-feira (20) registrou em cartório que a empresa Multi Solution ganharia a licitação, cujo resultado foi divulgado nesta segunda (24). A Multi Solution ficou com 91,58 pontos, de um total de 100. A segunda e a terceira colocadas obtiveram 85,26 e 84,25 respectivamente.
A "Folha" também informou que, no domingo (23), publicou na seção de classificados do jornal um anúncio cifrado que mostrava que o jornal já sabia quem ganharia a licitação. No anúncio constavam o nome da empresa, o número da concorrência e a frase de que ela venceria a licitação.
A reportagem afirma que a licitação foi aberta para selecionar três empresas que serão responsáveis pela publicidade do banco. Ao todo, 14 participaram do processo. Segundo a "Folha", o jornal foi informado de que houve direcionamento para favorecer a primeira colocada.
O Banco do Brasil disse, por meio de nota, que "a definição das classificadas seguiu critérios técnicos, conforme parâmetros previstos em edital público" (veja íntegra da nota ao final desta reportagem).
A Multi Solution disse, em nota, que cumpriu "todas as exigências da licitação do Banco do Brasil" e que venceu "com trabalho sério e competente". (veja íntegra da nota ao final da reportagem)
Etapas
O banco também disse que a licitação não foi totalmente finalizada. Ainda há etapa de apresentação de recursos por parte das empresas e, posteriormente, a fase final, que é a de apresentação de preços.
Para a fase final, além da primeira colocada da fase técnica, a Multi Solution, foram classificadas outras 3 empresas. Dessas 4, 3 vão ficar com o contrato. A assessoria do banco explicou que, na etapa de análise dos preços, o menor valor apresentado por uma das classificadas será cobrado das vencedoras. Elas podem optar por aceitar ou desistir da licitação.
Na nota desta terça-feira (25), o Banco do Brasil afirmou ainda que "iniciou auditoria interna para apuração das notícias divulgadas, cujo resultado será determinante para finalização da licitação".
Veja a íntegra da resposta do Banco do Brasil:
Em relação à reportagem publicada nesta terça-feira (25) sobre o processo de licitação para contratação de agências de publicidade, o Banco do Brasil esclarece que:
I – O processo de licitação para escolha das novas agências de publicidade não está finalizado e obedece rigorosamente a legislação. A definição das classificadas seguiu critérios técnicos, conforme parâmetros previstos em edital público.
II – Para que não pairem dúvidas, o Banco do Brasil, tão logo tomou conhecimento da reportagem, iniciou auditoria interna para apuração das notícias divulgadas, cujo resultado será determinante para finalização da licitação. O Banco do Brasil não hesitará em adotar qualquer outro procedimento que julgar necessário.
III– De forma transparente, nesta quarta-feira (26), o Banco do Brasil dará publicidade a todas as propostas técnicas que foram apresentadas na licitação, junto com as respectivas notas atribuídas pela comissão responsável pela avaliação, o que possibilitará a verificação de todo o processo por qualquer interessado.
IV – Além disso, o Banco do Brasil está à disposição dos órgãos de Controle, tendo já contatado o TCU (Tribunal de Contas da União) a fim de prestar esclarecimentos que aquela Corte julgue necessários.
Veja íntegra da resposta da Multi Solution:
A Multi Solution é reconhecida por construir grandes cases no setor privado e está comemorando 20 anos de atividades em 2017. Cumprimos todas as exigências da licitação do Banco do Brasil e vencemos com trabalho sério e competente. Esperamos agora ter a oportunidade de desenvolver projetos diferenciados e inovadores, como está em nosso DNA, também no setor público, com parte da conta do Banco do Brasil.
Fonte: G1
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