A procuradoria da República no Distrito Federal instaurou inquérito para apurar se o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, preso na Operação Lava
Jato desde outubro do ano passado, recebeu dinheiro da empreiteira Andrade Gutierrez para atuar a favor de mudanças em medidas provisórias que favoreceriam a empresa.
A apuração foi aberta no fim do ano passado, e o conteúdo foi tornado público nesta quarta-feira (8) em reportagem do Jornal "O Globo".
As suspeitas de pagamento de propina pela Andrade Gutierrez constam na delação premiada do ex-presidente da empresa, Otávio Azevedo Marques, que está sob sigilo no Supremo Tribunal Federal.
Trechos que citavam Eduardo Cunha foram remetidos do STF para o Ministério Público Federal em Brasília depois que ele foi cassado e perdeu o foro privilegiado.
O advogado Ticiano Figueiredo, que defende Eduardo Cunha, afirmou que a delação traz "ilações".
"Não há nada além de outras ilações, de um novo personagem, que busca inserir Eduardo Cunha no contexto de condutas ilícitas. Contudo, novamente não se tem qualquer base empírica concreta apta a demonstrar essas informações."
Além da delação, o MP investiga e-mails e mensagens trocadas entre Eduardo Cunha e ex-executivos da Andrade Gutierrez nas quais ele tratava dos interesses da empresa.
Os investigadores tentam verificar se houve pagamento de vantagem indevida e por qual meio teria sido realizado.
Eles devem pedir compartilhamento da quebra de sigilo bancário e fiscal de Cunha na Operação Lava Jato e informações sobre empresas ligadas ao ex-parlamentar, para que seja verificado se ele não recebeu dinheiro por meio dessas pessoas jurídicas.
A delação premiada de Otávio Azevedo Marques foi homologada pelo Supremo em abril do ano passado, mas até agora o teor ainda está sob sigilo no tribunal.
Fonte: G1
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