A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) desarticulou uma quadrilha especializada em fraudar o vestibular de medicina de uma
faculdade particular, em Porto Velho. Três suspeitos foram presos e um menor apreendido por fazerem parte do esquema, durante o final de semana. Conforme a Draco, os criminosos cobravam R$ 90 mil de cada candidato para repassar as respostas do gabarito através de ponto eletrônico.
Segundo o delegado Marcos Vinicius da Draco, o diretor da faculdade foi quem denunciou o esquema de fraude. "A Draco recebeu informações de uma suposta fraude que ocorreria nesse último certame do vestibular de medicina e daí iniciamos a investigação", disse Vinicius nesta segunda-feira (23).
O delegado revela ainda que os três suspeitos de fazerem parte da quarilha só foram identificados 48 horas antes da prova, aplicada no domingo (22). "Faltando dois dias para a aplicação, identificamos os membros dessa quadrilha que executariam a fraude. Já tínhamos um dos suspeitos e já tínhamos conhecimento da fraude aplicada em 2014 em Minas Gerais, o que facilitou nosso trabalho de investigação", explanou o delegado.
Quadrilha usava ponto eletrônico em candidatos durante o vestibular (Foto: Hosana Morais/G1)
Em uma coletiva de imprensa, a delegada Ingrid Brandão explicou como a quadrilha atuava. "Pelo material apreendido a gente consegue deixar bem claro que tudo era feito por ponto eletrônico e as informações eram repassadas por esse sistema de transmissão", disse Ingrid.
Conforme a Draco, a quadrilha foi presa perto da faculdade, em Porto Velho. Em um dos casos foi realizada uma perseguição para conseguir deter o suspeito. Com eles foram apreendidos ainda os objetos usados no crime, como rádios transmissores e pontos eletrônicos.
Após a faculdade aplicar a prova, a polícia identificou que 15 candidatos tinham comprado o serviço de transmissão para receber as respostas das questões por ponto eletrônico. Destes, sete foram presos em flagrante pelos agentes da Draco.
O diretor da faculdade onde o vestibular de medicina foi aplicado, Aparício Carvalho, contou como descobriu a fraude. "Nós passamos a comparar o caderno de questões de diversos alunos com o gabarito e víamos que eles não faziam cálculos. Com isso procuramos a Draco para que essa quadrilha fosse localizada e presa", disse Carvalho.
Os candidatos presos foram flagranteados e levados para a Central de Polícia. Possíveis alunos que tenham participado do esquema de fraude podem ser expulsos da faculdade, segundo o diretor da instituição.
Apenas três suspeitos pagaram fiança de dez salários mínimos. Os demais foram encaminhados para audiência de custódia.
Fonte: G1
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