As 26 mortes no massacre dentro da penitenciária de Alcaçuz, no sábado (14), levaram o Rio de Grande do Norte a ter o fim de
semana mais violento de sua história. Os dados são do Observatório de Violência Letal Intencional, ligado à Universidade Federal Rural do Semi-Árido.
Entre sexta-feira (13) e domingo (15), foram 43 mortes violentas registradas no Estado. Dessas, 26 no presídio e 17 fora dele.
"Mesmo tirando as mortes do presídio, o número ainda é bem alto, visto que tivemos, em 2016, uma média de quatro mortes por dia. E neste fim de semana, a média ficou em mais de cinco", afirma o pesquisador e coordenador do Observatório, Ivenio Hermes.
Segundo o pesquisador, o observatório possui tabulados dados de homicídios desde 2003. Mesmo assim, para ele, o número de mortes é o maior da história para um fim de semana. "Até 2006, não passávamos de 400 crimes por ano, não havia chance em ter um número de homicídios desses. Essa média mais baixa seguiu até 2011, quando foi aumentando", conta.
O Observatório faz um levantamento de mortes detalhado, com nomes e dados das vítimas. Também são informados detalhes do crime.
Média já iguala o mês
Em 2017, o Estado registrou 97 mortes violentas até o último domingo. Comparado aos primeiros 15 dias do ano passado, houve uma alta de 50% no total de crimes.
Segundo os dados do Itep (Instituto Técnico-Científico de Polícia), 11 mortes com característica de homicídio ocorreram entre essa segunda (16) e terça-feira (17) --sendo uma outra chacina registrada em uma casa no município de Ceará Mirim, na Grande Natal, que resultou em quatro mortes.
Com as 108 mortes contabilizadas, o Estado já iguala, em apenas 18 dias de 2017, a média de homicídios do mês de janeiro inteiro do ano passado.
O ano de 2016 foi o de maior número de homicídios da história do Rio Grande do Norte. Segundo o observatório, foram 1.305 mortes violentas.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte, as mortes são investigadas, mas não há indícios de assassinatos por conta de briga de facções fora do presídio nos últimos dias.
Fonte: Uol
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