A chegada de um carro blindado da Polícia Militar na tarde desta terça-feira (17) aumentou ainda mais o temor de familiares de presos de
que haja um confronto dentro da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na região metropolitana de Natal. Minutos depois, uma ambulância saiu do local escoltada por dois carros da polícia. O carro adentrou o presídio por volta das 14h.
Os carros da PM e da Força Nacional entram e saem sem parar do local. Informações extraoficiais dão conta de que há feridos dentro da penitenciária, mas, oficialmente, o governo ainda não se pronunciou.
"A polícia não entra para controlar nada, ela só quer ficar na portaria. Eles não entram, e deixam lá dentro ao Deus dará, a ponto de acontecer outra tragédia. A gente teme que entrem para matar, porque já disseram que se não se render, vai acontecer isso", disse uma mulher de preso.
A mulher, que não quis ser identificada, afirmou que o marido foi ferido durante o confronto do sábado, mas que nenhuma assistência médica foi dada a ele. "Ele está sangrando pela boca e pelo nariz, e ninguém o socorreu"
Ela faz parte de um grupo de familiares de presos, a maioria mulheres e mães, que fazem vigília na entrada da unidade prisional. O temor é de que haja um confronto armado entre membros do PCC e as demais facções.
Mais cedo, um dos detentos que está dentro da penitenciária conversou com a reportagem do UOL e disse que se até as 16h -horário local- o governo do Rio Grande do Norte não transferir 500 presos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) eles resolverão a questão "do jeito deles". "Quem é esse governador, esse juiz, esse secretário que não conseguem conter 500 presos?", questionou o detento, que não quis se identificar.
Alcaçuz foi palco, no último sábado (14), de um massacre durante uma rebelião entre detentos. Ao menos 26 presos foram assassinados na ocasião. Desde então, os presos estão soltos e têm controle do local.
Um novo motim foi iniciado na penitenciária no fim da manhã desta terça-feira. Segundo autoridades, o motim é mais um capítulo na briga entre duas facções: PCC e do Sindicato do Crime do RN.
Fonte: Uol
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