Com o acerto do Flamengo, o valor do contrato do Estadual do Rio de Janeiro subiu para R$ 120 milhões. Mas, desse total, apenas metade é garantido para os quatro grandes,
divididos igualmente – eles podem conseguir mais com premiação. O clube rubro-negro aceitou um acordo igual ao dos outros após vários meses pedindo montante maior. Em troca, obteve algumas vantagens paralelas na negociação.
Na renovação, o contrato assinado pela Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro) com a Globo previa R$ 120 milhões com os quatro grandes. Sem um deles, caia 25% e ficaria em R$ 90 milhões que era o caso quando o Flamengo se manteve fora do acordo por nove meses.
Havia ainda uma amarra contratual pela qual os quatro grandes teriam cotas igual de R$ 15 milhões cada um. ''Ainda não tivemos acesso ao contrato do Flamengo. Ele virá para anuência da Ferj. Pelo nosso contrato, nenhum dos grandes poderia ganhar mais do que os outros'', afirmou o presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, que tinha criticado o rival por tentar ganhar mais. Esse valor é o dobro da cota de 2016.
Segundo o presidente do Vasco, Eurico Miranda, essa decisão de cotas iguais foi tomada em arbitral. ''Tem a decisão do arbitral. Está em contrato. Aqui a distribuição é pelo arbitral'', afirmou o presidente do Vasco, Eurico Miranda.
Com isso, sobram R$ 60 milhões para serem distribuídos segundo decisão do arbitral. Uma boa parte desse dinheiro vai para a premiação em valor ainda não definido. Neste caso, os grandes devem turbinar seu ganho com prêmios se forem campeões, ou se ganharem a Taça Guanabara.
Outra parte vai para os 12 times pequenos e para subsídios a campeonatos menores. ''Tem subsídio da Série B, tem os que já receberam a seletiva. Isso foi decidido em arbitral, e a Globo não tem nada a ver isso'', completou Eurico.
O que a diretoria do Flamengo conseguiu foi evitar que o seu dinheiro passe pela Ferj, e assim receba diretamente. Dirigentes rubro-negros fizeram outros acordos em paralelo com a Globo como R$ 3 milhões pela Primeira Liga. E há também outra contrapartida ainda não divulgada: o blog apurou que há relação com a Arena da Ilha. Não ficou claro se há compensações de pay-per-view também. O contrato será votado na quinta-feira no Conselho Deliberativo do Flamengo.
''As duas partes cederam para chegar a um meio termo depois de nove meses de negociações'', limitou-se a dizer o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, sobre a Globo. Ele não quis falar em valores.
Durante a reunião, houve conversa sobre a cota de tv. Os outros clubes questionaram o presidente Bandeira se o valor recebido pelo Flamengo teria taxação de imposto como os dos outros. O dirigente rubro-negro garantiu que não haveria privilégio neste sentido, mas também não revelou os valores do seu contrato.
Resta saber como será a distribuição por premiação da Ferj. Certo é que com a assinatura do Flamengo as cotas dos clubes pequenos deve ser turbinada. O relato de pessoas que acompanharam à reunião é de que não houve discussões duras, apenas conversas entre os cartolas por diversos temas.
Ainda assim, Eurico Miranda propôs uma nota de desagravo ao presidente da Ferj, Rubens Lopes, pela forma como foi tratado pelo Flamengo na discussão de TV. Apesar disso, não houve clima de beligerância com Bandeira ao contrário de outras reunião.
Fonte: Rodrigo Mattos/Uol
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