A Arena Condá, casa da Chapecoense, e o Atanasio Girardot, estádio do Atlético Nacional, em Medellín, receberam
homenagens simultâneas, na noite desta quarta-feira (30), aos 71 mortos no acidente com o avião que levava o time de Santa Catarina para a primeira final internacional de sua história, a da Copa Sul-Americana de 2016.
O confronto, válido como ida da decisão, deveria ter começado às 21h45 de quarta - devido à queda da aeronave, não aconteceu. Os eventos de tributo se iniciaram cerca de uma hora antes do horário programado para o duelo, e tiveram como ponto máximo justamente o minuto em que a bola deveria rolar.
Um minuto de silêncio conjunto
Às 21h45 (de Brasília) em ponto, a Arená Condá e o Atanasio Girardot mergulharam em silêncio. Na Colômbia, os torcedores carregavam velas acesas nas mãos, quase todos vestidos de branco. No Brasil, bandeiras e faixas cobriam a arquibancada. Durante um minuto, em respeito aos mortos, não se ouviu nem um piu nos dois estádios. Na sequência, em Chapecó, teve início uma salva de palmas, enquanto no telão da Condá passavam fotos e os nomes dos vitimados no acidente.
- O que o pessoal cantou e gritou
Apesar da consternação dos presentes, o clima era de incentivo, com direito a cânticos do público. Entre eles, versos como "somos o Índio do Oeste", recorrente nos jogos do time, e "me escutem em todo continente, sempre recordaremos a campeã Chapecoense", como cantado pela torcida do Atlético Nacional em Medellín desde terça-feira. O público ainda exibia faixas brancas nas arquibancadas, com os nomes das vítimas da queda - jogadores, comissão técnica e dirigentes. Antes do início da celebração, o nome do goleiro Danilo foi cantado pelo menos três vezes. O camisa 1 era uma das referências do elenco do técnico Caio Júnior.
- A missa na Condá
O centro do gramado da Arena Condá recebeu cadeiras, seguranças e um altar para a celebração, onde se concentraram familiares e amigos das vítimas. De lá, foi celebrada a homenagem, que começou por volta das 21h45. Após um primeiro pronunciamento religioso, a cerimônia foi suspensa. A torcida fez festa e gritou "é campeão". Posteriormente, às 21h45, horário em que o jogo contra o Atlético Nacional começaria, as homenagens recomeçaram.
- Arena Condá com casa cheia
Desde uma hora antes das 21h45, horário marcado para o início do jogo, as arquibancadas da Arena Condá já estavam cheias. E foi assim até o final. Foi com público de final de campeonato, cerca de 20 mil presentes, que os atletas, membros da comissão técnica, da diretoria e da tripulação do voo foram homenageados.
Em Medellín...
- Hino Brasileiro aplaudido e presença de autoridades
A cerimônia de homenagem a Chapecoense no estádio Atanasio Girardot contou com a presença de importantes autoridades. Entre elas, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra; o governador do departamento da Antioquia, Luis Perez; o prefeito de Medellín, Federico Guitiérrez Zuluaga; e o presidente do Atlético Nacional, Juan Carlos de la Cuesta, que se vestiu de preto, em luto. O tributo contou com a participação da Orquestra Sinfônica da Colômbia, que tocou o hino do país e, em seguida, o do Brasil - muito aplaudido pelos torcedores locais.
- Que escutem em todo o continente!
Embalados por tambores, os colombianos cantaram músicas em solidariedade às vítimas. Uma delas entoa "Força, Chape", originado por hashtag que tomou conta das redes sociais pelo mundo após o acidente. Outra música diz "não, não nos esqueceremos, que esta Copa se vai para o céu". Teve também o cântico criado pela torcida do Atlético Nacional: "Que escutem, em todo continente, sempre recordaremos, o campeão Chapecoense". A torcida local ainda cantou a plenos pulmões o já clássico "vamos, vamos Chape!"
- Estádio lotado... E as ruas também
Desde o início da noite, os colombianos começaram a encher os 45 mil lugares disponíveis no estádio, cuja entrada foi gratuita e ficou lotado em cerca de meia hora. Sem ingressos, milhares de pessoas também marcaram presença do lado de fora do Atanasio Girardot.
- Crianças soltam balões em homenagem aos jogadores
Na parte final da homenagem, mais cenas emocionante. Diversas crianças, vestidas com o uniforme da Chapecoense, soltaram balões brancos enquanto o mestre de cerimônia anunciava o nome de cada um dos 19 jogadores mortos no acidente. Na sequência, os jornalistas brasileiros também tiveram seus nomes lembrados. E, à medida que se lia uma mensagem do Papa Francisco, os torcedores jogavam pétalas de flores no gramado do Atanasio Girardot - que, pelo menos por uma noite, tornou-se a segunda casa da Chapecoense.
Fonte: Uol
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